Vacina,
saúde, felicidade e esperança para a Nação, eficiência e responsabilidade para
os líderes!
O
melhor presente de Natal que Papai Noel pode embrulhar em esperança e otimismo
para dar ao mundo é a vacina que salva vidas, economias e empregos. Mas os
líderes políticos precisam colaborar, planejando, adquirindo e distribuindo com
eficiência e responsabilidade as diferentes vacinas contra a covid-19, criadas em tempo
recorde pela genialidade dos melhores cientistas e pelo compromisso dos
melhores laboratórios de toda parte. É essa eficiência e essa responsabilidade
dos líderes que andam em falta por aí, ou melhor, por aqui.
Em
torno de três milhões de pessoas dos grupos prioritários já se vacinaram no
mundo, mais de um milhão só nos Estados Unidos, inclusive o presidente
eleito Joe Biden, mas o Brasil continua envolto numa nuvem de
negacionismo, de um lado, e de afoiteza, de outro, deixando os cidadãos
confusos, indecisos, descrentes. Esse é, ou seria, o pior dos mundos: ter
vacinas, mas parte da sociedade se recusando a tomá-las.
O
presidente Jair
Bolsonaro só abre a boca para falar besteira, como aquele velho
personagem de TV, e trabalha não a favor, mas contra a vacina, particularmente
contra a vacina que já vem chegando ao País, a Coronavac. E o governador de São
Paulo, João Doria,
decidiu dar tiro no pé no final de um ano tão aterrorizante, quase no início de
outro que pode ser a salvação da lavoura. Vá-se entender...
O governo federal errou na estratégia, se atrapalhou com prazos, pendurou equivocadamente todas as fichas numa só vacina, a AstraZeneca/Oxford, e agora tem dificuldades para ampliar negociações, por exemplo, com a Pfizer, que chegou primeiro no Reino Unido, nos EUA e por aí afora e está com a lista de encomendas congestionada.
Já
o governo de São Paulo foi mais previdente, saiu na frente na parceria com a
Sinovac da China e na articulação com o nosso Butantã e trouxe os primeiros
lotes de vacina e de esperança ao Brasil, em torno de 10 milhões de doses para
início de conversa. Mas João Doria, que colhia elogios por ter posto Bolsonaro
contra a parede e chacoalhado o Ministério da Saúde, errou na pior hora.
Num
dia, o governo paulista comunica ao distinto público que ninguém pode ir a
lugar nenhum no Natal e no ano-novo. No dia seguinte, o governador quebra a
regra e escapole para... Miami. Ninguém é de ferro e Doria teve um ano
dificílimo, foi diligente, trabalhou incansavelmente e tem direito a um bom
descanso. Mas política é símbolo. Sair no dia seguinte? Para Miami? Sem avisar?
Ficou
a sensação, errada ou não, de que estava fugindo. Na boa, sempre está lá. Na
dividida, larga na mão da equipe. Enquanto a mídia e as redes discutiam a ida e a
volta de Doria, atingido em cheio também pelo teste positivo do
vice Rodrigo Garcia, sua equipe inundava o País, Estados e municípios de
frustração. Em vez dos relatórios sobre a Coronavac, só uma vaga declaração
atestando a “eficácia suficiente” da vacina, seja lá o que isso signifique.
É
assim que as doses de Coronavac chegam, mas a Anvisa, que estava a postos,
ainda não começou a contar o tempo para a análise e a autorização de uso no
Brasil, seja o emergencial, seja permanente. Notícia péssima para o País, para
os cidadãos e para os Estados e municípios que já fecharam acordos para a
vacina.
Bem... Hoje é Natal, dia de festa, alegria, amor e esperança. Hora de confraternização segura, sem aglomeração, sem embrulhar vírus para presente e sem jamais perder o otimismo, a crença na ciência, nas instituições, no nosso povo. A vida anda difícil, sim, mas vai melhorar, como conclama Martinho da Vila em Canta Canta, Minha Gente. E “amanhã há de ser outro dia”, já ensinava o grande Chico Buarque em outros tempos, também cabeludos. Feliz Natal!
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