Escolha
a que lhe pareça mais verdadeira
Na
véspera do Natal, o presidente Jair Bolsonaro ofereceu aos brasileiros duas
versões dele mesmo – uma por cadeia nacional de rádio e televisão e a outra por
meio das redes sociais.
Na
primeira, ao lado de Michelle, sua mulher, ele leu um texto escrito por
assessores. Na segunda, ao vivo, falou de improviso como costuma fazer sempre
às quintas-feiras.
O
Bolsonaro que tratou o novo coronavírus como “gripezinha”, receitou cloroquina
para os doentes e disse que morreriam os que tivessem de morrer, ficou de fora
do rádio e da televisão.
Ali
foi servido um presidente da República que se solidarizou com as vítimas da
pandemia, destacou que seu governo agiu para salvar vidas e empregos e que por
isso acabou sendo bem-sucedido.
“Nessa
ocasião, solidarizo-me com as famílias que perderam seus entes queridos.
Externo meus sentimentos, pedindo a Deus que conforte os corações de todos”,
afirmou Bolsonaro.
Em
seguida, lembrou o pagamento do auxílio emergencial, o financiamento a micro e
pequenas empresas e a medida que compensou parte da redução de salários em
empresas.
No
dia em que o Brasil ultrapassou a marca das 190 mil mortes pela Covid-19, o
Bolsonaro das redes sociais preferiu atacar o governador João Doria (PSDB-SP).
“Eu quero o cidadão de bem armado. Com o povo
de bem armado, acaba essa brincadeirinha de ‘vai ficar todo mundo em casa que
eu vou passear em Miami’”, disparou Bolsonaro.
Que insistiu: “Pelo amor de Deus. Oh… calcinha apertada! Isso não é coisa de homem. Fecha São Paulo e vai passear em Miami. É coisa de quem tem calcinha apertada. Isso é um crime”.
Outra
vez pôs em dúvida a segurança das vacinas que estão sendo desenvolvidas por
vários laboratórios e que já começaram a ser aplicadas na Inglaterra, Estados
Unidos, México e Chile:
–
A eficácia da vacina em São Paulo parece que está lá embaixo, né? Não vou
aceitar uma vacina que não está devidamente comprovada, que está em fase
experimental.
Por
fim, da vacina saltou para o uso de armas e declarou: “Ajudamos muita gente a
comprar armas e munições. Quero que o brasileiro se arme. O povo armado jamais
será escravizado”.
A
primeira vez que Bolsonaro falou em armar o povo foi dentro de um quartel do
Exército em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, seis meses depois de empossado
na presidência da República.
Contra
o regime militar de 64, a esquerda brasileira usou os slogans “O povo unido
jamais será vencido”, “O povo organizado derruba a ditadura” e “Só povo armado
derruba a ditadura”.
Feliz Natal para todos com o Bolsonaro que melhor lhe aprouver.
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