Folha de S. Paulo
Bolsonaro é hors-concours, e Pedro
Guimarães concorre ao título de cafajeste-mor
No campeonato de cafajestice deste
governo, Bolsonaro é
hors concours.
É tão superior aos demais competidores, paira tão acima em patifarias e vilezas
que não pode participar da disputa. É o cafajeste-geral da república.
Vamos, pois, aos aspirantes com maiores chances. Um ano atrás, escrevi que nesta república acanalhada seria muito difícil superar Paulo Guedes. Pelo conjunto da obra, claro, mas especificamente pela maneira como conduzia a negociação de medidas para combater o impacto da pandemia sobre os mais pobres. Era na base da chantagem explícita.
Eis que aparece mais um forte concorrente
ao título de cafajeste-mor. Trata-se de Pedro
Guimarães, derrubado da presidência da Caixa por assédio sexual. Os
relatos das mulheres assediadas traçam o retrato de um abusador. Também surgem
denúncias de assédio moral contra um conjunto ainda maior de funcionários.
Guimarães não é um bolsonarista qualquer.
Em novembro de 2018, na fase de montagem do governo, a jornalista Julia
Duailibi, em seu blog no G1, revelou quem é o sujeito. Ela contou que, em 2017,
Guimarães, na época sócio de um banco privado, levara Bolsonaro para um giro
com investidores, nos Estados Unidos. Quando pouca gente apostava em um
deputado medíocre, o banqueiro comprou a ação na baixa e soube a hora de
realizar os lucros.
Importante saber também que Guimarães é
genro de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, cuja delação premiada, em 2017,
fora crucial para a condenação de Lula na Lava Jato. Em 2021, Pinheiro recuou
das acusações, quando Lula já havia cumprido pena. Libertado e inocentado pelo
STF, o petista está à frente na corrida presidencial. O mundo dá voltas.
As denúncias de agora indicam que o assédio na
Caixa era antigo e disseminado. Um criminoso não age
impunemente, por tanto tempo, sem acobertamento e sem cúmplices. Na república
dos cafajestes, não se ouviu uma única palavra de condenação clara e
contundente ao comportamento do assediador serial.
6 comentários:
A tal da religião para uso político da nisso. Quando não são tarados são ladroes claramente percebidos. Só que a 2a
Dama não percebeu, sorte dela.
Religião hoje em dia é disfarce.
Vc. acredita na inocência de Lula ? Tolinha.
Lula pode não ser inocente,mas também não é tão culpado quanto o outro.
Com relação à suposta culpa de lula si faltam as provas.
Lula é tão culpado quanto qualquer um de nós. Não existe uma única prova válida contra ele e todos são inocentes até prova em contrário.
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