segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Felipe Moura Brasil - A maresia lulista

O Estado de S. Paulo

Lula só pensa em reescrever a história

“Imagina se o Lula tem fidelidade a um cardápio de bandeiras! É um sujeito que quer o poder.”

Foi o que comentei em podcast em 23 de agosto, usando o exemplo do atual presidente para ilustrar minha tese de que populistas brasileiros não ligam para causas de interesse da militância, como drogas, armas e aborto.

Dois dias depois, a esquerda notou que Lula só pensou na blindagem dele ao indicar seu advogado Cristiano Zanin para o STF, já que Zanin votou contra a descriminalização da maconha. Parte da imprensa ainda apelou à narrativa risível de que Lula é “conservador nos costumes”. Mas ele não está nem aí.

Lula só pensa em reescrever a história. Tanto que mentiu, em Angola, sobre sua “pobreza”, suas contas e a decisão do TRF-1 no caso de Dilma Rousseff.

“E não pense que eu sou frustrado porque eu sou pobre, não”, disse o petista milionário que, só em patrimônio declarado, tem R$ 7,4 milhões.

“Aliás, a Lava Jato, que tentou me perseguir, me deu atestado de pobreza, porque ficou futricando a minha vida, meu telefone, minha conta bancária, dos meus cinco filhos, invadiu minha casa, foi para a Suíça, foi para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e não encontrou um dólar, um centavo”, acrescentou Lula, mentindo mais.

Na verdade, só a quebra de sigilo de sua empresa de palestras L.I.L.S. mostrou que o “pobre” Lula recebeu R$ 9.338.658,75 de seis empreiteiras envolvidas no petrolão (Odebrecht, “responsável direta por 10,15% dos valores pagos”, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS), segundo a Polícia Federal.

“A Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação que ela tinha sido feito (sic) da pedalada”, seguiu mentindo Lula. “Quero saber como que se repara uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu”, prosseguiu na mentira, logo transformada em iniciativa do PT por devolução simbólica do mandato.

Na verdade, o TRF-1 não entrou no mérito, entendendo que o fato de Dilma e Guido Mantega “não mais ocuparem os cargos públicos não legitima o ajuizamento de ação de improbidade com base na Lei n.º 8.429/92, tendo em vista que se submetem a regime próprio de responsabilização pela Lei 1.079/50”, a do Impeachment, utilizada pelo Congresso. “O regramento jurídico dispõe que os atos ímprobos, quando praticados pelo presidente da República e por ministro de Estado, consistem em crime de responsabilidade.”

A fidelidade de Lula se restringe a seus embustes, com os quais ele busca entorpecer o povo. A maconha é dispensável.