Folha de S. Paulo
Flávio Bolsonaro defende perdão presidencial,
mas admite que candidatos fugiriam do tema em 2026
Das últimas pesquisas de
avaliação do governo e projeção de votos para 2026 destacam-se
duas evidências: Luiz Inácio da Silva (PT)
não tem opção a não ser reiterar a candidatura à reeleição; e Jair
Bolsonaro (PL)
dispõe de pouco tempo para apontar o nome de sua preferência na corrida ao
Planalto.
Afora a impossibilidade de desistir agora e com isso abdicar do fator expectativa de poder, o presidente é quem aparece competitivo no campo da esquerda. Precisa ocupar o lugar.
Já seu antecessor está rodeado de postulantes
que precisam acelerar os preparativos a fim de não perder terreno para a força
da máquina estatal no caso de uma improvável, mas não impossível, recuperação
de Lula.
O senador Flávio
Bolsonaro (PL-RJ) exibiu sinais do esgotamento da estratégia de
manutenção fictícia da candidatura do pai em entrevista publicada na Folha
neste fim de semana.
Admite a substituição, mas prega que o
escolhido deva assumir compromisso com um indulto que ele mesmo considera muito
difícil de passar pelo crivo do Supremo Tribunal Federal.
Desse modo, aquele que viesse a ser eleito
deveria se dispor a enfrentar o STF, numa
empreitada que o senador diz não saber como teria êxito a não ser, talvez,
"pelo uso da força". Ressalva não se tratar de uma ameaça, mas de
"análise de cenário", num raciocínio semelhante às
"possibilidades" examinadas pelos réus da tentativa de golpe.
Na visão do senador, o melhor para se evitar
maiores tumultos e risco de rupturas seria a concessão de anistia ampla como
"saída honrosa" para todos, incluídos Alexandre
de Moraes, por presumido abuso de autoridade, e o Congresso
Nacional, "por ter deixado de defender institucionalmente
parlamentares".
E quem teria o perfil para encarnar esse
cardápio?
Flávio Bolsonaro admite: "Ninguém vai
assumir ser o candidato que vai fazer isso". Dessa forma, confessa que o
tema seria tóxico na campanha eleitoral e que, portanto, vende terrenos na Lua
mediante métodos hostis à realidade madrasta.
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