terça-feira, 12 de maio de 2009

No palanque com aliados

Aline Moura
DEU NO ESTADO DE MINAS

Na primeira viagem ao Nordeste na campanha para disputar a Presidência da República, Aécio eves reúne líderes tucanos, do PPS e do DEM e discursa em defesa das prévias no PSDB

João Pessoa – A estréia dos tucanos na preparação da campanha presidencial de 2010 conseguiu reunir, em torno do governador Aécio Neves (PSDB), os principais líderes dos partidos aliados, como o presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia e do PPS, Roberto Freire, além do ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann (PPS-PE). Para cerca de mil militantes, prefeitos, deputados e senadores, reunidos no Hotel Tambaú, em João Pessoa, na Paraíba, Aécio defendeu a realização de prévias no partido para a escolha do candidato à Presidência da República no ano que vem como a melhor maneira de mobilizar as bases tucanas.

O argumento é de que elas viabilizarão também uma maior aproximação com setores que hoje apóiam o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Dando mostras de que pretende atrair também aliados do atual governo, Aécio aproveitou para elogiar o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, com quem diz ter muitas afinidades.

Pouco antes do seminário “o PSDB e as políticas sociais: passado, presente e futuro”, Aécio contestou os argumentos de quem vê na consulta a possibilidade de criar um racha na legenda.

“Alguns a compreendem como um instrumento que possa levar a divisão do partido. Outros, como eu, acreditam firmemente que as prévias são uma extraordinária possibilidade de você mobilizar o partido, as bases, reencontrar-se com setores importantes da sociedade brasileira, que já estiveram muito mais próximos a nós do que estão hoje”, disse ele. O governador de São Paulo, José Serra, também pré-candidato ao Planalto, foi convidado mas não compareceu, alegando problemas de agenda. O secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro, acredita que Serra e Aécio estarão juntos já no próximo encontro, marcado para o fim do mês.

Para o governador de Minas, mais importante do que a definição de um candidato é construir um projeto sólido o suficiente para que o PSDB se apresente ao eleitor como alternativa de poder, no momento em que o PT não terá mais como candidato a figura carismática do presidente Lula.

“As pessoas precisam olhar para a nossa aliança e compreenderem o que ela apresenta de diferente, quais os avanços em relação ao governo atual, no campo da gestão pública de qualidade, no campo das políticas de desenvolvimento regional, tão importantes para o Nordeste, as ações sociais que estão sendo aqui hoje discutidas, a nossa visão em relação à política exterior”, disse.

Estrela principal do evento promovido pelo PSDB na Paraíba, primeiro estado do Nordeste escolhido para se discutir os avanços nos programas sociais do governo Lula numa eventual gestão tucana, Aécio estimulou a direção partidária a organizar as prévias até o início do ano que vem, para dar oportunidade ao debate dos pré-candidatos e projetos de cada um. A ênfase a este ponto foi dada minutos depois de o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE) informar que realizaria as primárias, mas torcia por um consenso entre os dois tucanos antes do embate.

“Seria um grande momento para o partido surgir com um candidato no início do próximo ano e ter mais do que um nome: ter a definição de um projeto. Essa é uma decisão que será tomada pela direção do partido e eu as estimulo”, afirmou. Aécio acrescentou que nenhum candidato vencerá apenas seguindo um projeto pessoal, mas terá que ser legitimado por um consenso. “O candidato a presidente da República não pode ser candidato de uma vontade pessoal. Uma candidatura à Presidência da República, para ter viabilidade, precisa ter necessariamente uma grande dose de naturalidade. Ela precisa ser percebida pelas pessoas como instrumento de transformações, de avanços”, afirmou.

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