segunda-feira, 11 de maio de 2009

O dilema de Cristovam

Tiago Pariz
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

PDT decide na quarta-feira se lança candidatura própria ao GDF. Senador diz viver paradoxo entre o Executivo e o Legislativo

O PDT quer ser a terceira via na disputa pelo Governo do Distrito Federal. Com a polarização entre o governador José Roberto Arruda (DEM) e Joaquim Roriz (PMDB), o partido espera formar uma aliança de esquerda tendo como cabeça de chapa o senador Cristovam Buarque (DF). Esse movimento visa ocupar um espaço, segundo os pedetistas, deixado pelo PT com a indefinição de candidatura própria.

Presidente do PDT no DF, Cristovam disse que a definição sai em reunião da Executiva marcada para quarta-feira e colocou como condição a entrega dos cargos do partido na administração Arruda. Para ter uma chapa competitiva, ele quer trazer as outras legendas que formam o bloco de esquerda, como PSB e PCdoB. Os pedetistas vislumbram até o apoio do PPS de Augusto Carvalho, secretário de Saúde do governo Arruda.

Numa reunião no sábado, uma das chapas cogitadas pelo PDT teria o deputado distrital José Antonio Reguffe como vice. Mas o presidente do partido prefere alguém de outra legenda e citou o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB).

“A ideia é conversar com o bloco de esquerda e compor uma chapa independente de Arruda, Roriz e PT. Pelo o que está passando, esses três blocos provavelmente se transformarão em dois. O PT vai tomar a decisão levando em conta o que será mais importante para a eleição da Dilma”, disse o senador.

O presidente Lula prefere eleger um senador do PT no Distrito Federal a um governador, por contar com bom relacionamento com Arruda. A cúpula nacional petista determinou que as alianças estaduais favoreçam o apoio à provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Nesse cenário, o PT poderia até se aliar com Roriz.

O ex-ministro Agnelo Queiroz (PT) anunciou que desistiu de concorrer ao governo para se dedicar à candidatura ao Senado. Com isso, ele deixa o caminho livre para o deputado federal Geraldo Magela. Queiroz prefere ficar sintonizado com as intenções do presidente Lula.

Decepcionado com a decisão de Agnelo, Cristovam disse que gostaria de ver o ex-ministro na corrida por entender que ele teria mais densidade eleitoral do que Magela, apesar de menos apoio entre petistas. “Fiquei chateado com o Agnelo. É a terceira vez que ele retira o nome da disputa ao governo. Ele agregaria mais do que o Magela”, afirmou o pedetista, que quando governador ainda estava no PT.

Cristovam reluta em disputar o Palácio do Buriti, avalia que teria mais chance se voltasse ao Senado. Ele teme, na verdade, ficar sem mandato a partir de 2010, caso saia ao governo e acabe derrotado. O senador disse estar vivendo um paradoxo. “Nunca me senti tão bem no eleitorado como ultimamente. Hoje eu teria uma eleição tão fácil e outra tão difícil! Quando vejo o eleitorado, tenho certeza de que teria uma votação boa para senador, maior até do que a da eleição anterior, mas para construir a candidatura ao governo sinto uma dificuldade imensa.

Qual é a chapa, qual seria a coligação, qual o tempo de televisão, que militância teríamos nas ruas?”, questiona-se o pedetista.

O senador sustentou também que a decisão de o PDT lançar candidato ao governo passa ainda pela entrega dos cargos que a legenda tem no governo Arruda. Os dois principais postos ocupados pelo partido estão com Marcelo Aguiar, secretário extraordinário de Educação Integral, e Israel Matos Batista secretário-adjunto de Trabalho.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estava a fazer uma pesquisa sobre o futuro cena´rio do executivo do DF, aih encontrei seu blog. Parabéns pela escolha da pauta e excelência textual.

Anônimo disse...

Estava a fazer uma pesquisa sobre o futuro cenário do executivo do DF, aih encontrei seu blog. Aproveitei e dei uma lida em outros textos. Parabéns pela escolha da pauta e excelência textual.