Os protestos em curso nas ruas do Irã e os desdobramentos sociais e políticos que se seguiram às eleições presidenciais são lembranças de uma busca secular pela democracia e de três décadas de luta por valores republicanos contra o domínio teológico na esfera pública iraniana. Desde a Revolução Iraniana de 1979 demonstrações em larga escala desse tipo não tiveram lugar no Irã. Dezenas de milhares de jovens, mulheres, artistas, intelectuais, artistas e gente comum juntaram-se e manifestaram-se nas cidades iranianas, desafiando as restrições governamentais, as forças de segurança e os grupos paramilitares. Isto não significa que outra revolução está à vista, apesar do ilusório pensamento de alguns não-iranianos. Mas significa, de fato que a República Islâmica do Irã agora enfrenta uma profunda crise de legitimidade, estando em questão os fundamentos do domínio teocrático e todo o sistema político estabelecido há trinta anos.
(Ramin Jahanbegloo, 18 de junho de 2009)
Fonte: Dissent.
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