segunda-feira, 23 de maio de 2011

Com longo currículo de escândalos, Maluf sai em apoio a ministro

Deputado, que chegou a ser preso em 2005 sob acusação de lavagem de dinheiro, diz confiar "plenamente" em Palocci

Suzana Inhesta

O deputado Paulo Maluf (PP-SP) afirmou ontem que acredita na integridade do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre quem pairam dúvidas a respeito do aumento do patrimônio.

"Pessoalmente, confio plenamente na integridade do ministro Palocci", disse ao chegar para a convenção estadual de seu partido, ontem em São Paulo. A opinião foi compartilhada pelo presidente nacional da legenda, senador Francisco Dornelles (RJ), que o acompanhava.

Ao ser questionado sobre os escândalos que envolveram seu nome - Maluf chegou a ser preso em 2005, junto com seu filho Flávio, acusados de lavagem de dinheiro e corrupção passiva -, o deputado usou sua atuação de administrador como defesa. "Sou inocente de todas as falsas acusações. Tenho 44 anos de vida pública e você não anda em São Paulo um quilômetro sem obras minhas. Quem denuncia é quem não tem coragem de fazer", declarou.

Eleito, em chapa única, para ocupar a presidência regional do PP, Maluf disse ter "muito orgulho" de voltar a ocupar o cargo. "Vida pública é vocação e a minha vocação é essa. Tenho paixão por tudo o que fiz e tenho a força de um homem de 18 anos", afirmou o deputado, que este ano completará 80 anos.

Maluf disse também que o PP estará nas eleições de 2012 com candidatos próprios em mais de 200 municípios e não descarta futuras coligações.

Embora a legenda já tenha um pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o ex-deputado Celso Russomanno, o ex-prefeito não falou especificamente da disputa na capital paulista. Sobre a possibilidade de um racha interno no partido, Maluf reconheceu que, às vezes, há problemas. "Partido é sempre partido e, às vezes, acaba sendo contra o próprio partido, mas continua funcionando bem, graças a Deus."

Dornelles ressaltou a importância de São Paulo na atuação de um partido no Brasil. "Partido que não tem força, pujança, em São Paulo, às vezes não tem uma dimensão nacional." Sobre a presença do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito Gilberto Kassab (PSD) na convenção do PP, ele afirmou que isso mostra o prestígio que a legenda tem no Estado.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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