Ex-presidente promete ajudar a costurar acordo entre grupos do partido para composição da nova Executiva
Apesar da pressão de SP por vagas no comando partidário, dirigentes acham inviável acordo sobre secretaria-geral
Vera Magalhães
SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso interveio para tentar costurar um acordo entre os grupos do PSDB e evitar que permaneça o impasse sobre a divisão de cargos na Executiva Nacional.
FHC voltou de uma viagem ao exterior e na noite de segunda conversou por telefone com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), que esteve em São Paulo para começar a alinhavar um entendimento.
O ex-presidente disse estar disposto a ajudar a acomodar todos os interesses e se mostrou contrariado com a atuação do partido, voltada mais para a crise interna do que para a oposição a Dilma.
Segundo disse a interlocutores nos últimos dias, FHC avalia que os tucanos deveriam ser a linha de frente na cobrança sobre explicações para o aumento de patrimônio de quase 20 vezes em quatro anos de Antonio Palocci (Casa Civil).
Ainda assim, FHC disse que conversará com os principais atores da disputa -o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-presidenciável José Serra e o senador Aécio Neves (MG).
Ele também prometeu comparecer à convenção nacional da legenda, marcada para sábado em Brasília.
Apesar do gesto diplomático de Sérgio Guerra indo a São Paulo, dirigentes do partido continuavam achando muito difícil ontem alguma concessão nos cargos pleiteados pelos paulistas: a secretaria-geral do PSDB e a presidência do ITV (Instituto Teotonio Vilela) para Serra.
O aecista Rodrigo de Castro manteve a disposição de disputar no voto a permanência na secretaria-geral, segundo posto na hierarquia.
Bem relacionado com deputados e diretórios de vários Estados, ele venceria tranquilamente uma disputa.
A aposta do grupo de Guerra e Aécio é que Alckmin aceitará a primeira-vice-presidência, hoje com a senadora Marisa Serrano (MS).
Quanto ao ITV, posto pedido pelo governador para contemplar Serra e lhe dar uma tribuna, há quem aposte em acordo, mas o ex-senador Tasso Jereissati (CE) continua com o apoio da ala comandada por Aécio e Guerra.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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