terça-feira, 12 de junho de 2012

Em BH, PV cobiça dissidência do PT

Deputado estadual Délio Malheiros garante que já foi sondado por líderes insatisfeitos com a aliança em torno de Marcio Lacerda. O PMDB caminha para referendar Quintão

Bertha Maakaroun

Nem bem o PT indicou o deputado federal Miguel Corrêa Jr. como candidato a vice-prefeito de Belo Horizonte na chapa de Marcio Lacerda (PSB), já há adversário de olho nos insatisfeitos. O deputado estadual Délio Malheiros, pré-candidato do PV à Prefeitura de Belo Horizonte, declarou ontem que já foi sondado e aguarda o apoio da dissidência petista. Sem citar nomes, Malheiros disse ter sido procurado por "segmentos do PT" que lhe teriam declarado voto.

Miguel Corrêa Júnior não acredita em dissidência. "Tenho convicção de que não ocorrerão defecções. Estamos construindo a unidade. O PT decidiu estar com Marcio Lacerda e vem junto na campanha", rebateu. Já o presidente municipal do PT, o vice-prefeito Roberto Carvalho, tem opinião contrária. "A única forma de o PT sair unido nesta disputa é retirando o PSDB da chapa", avisa. Aliados de Carvalho consideraram, entretanto, que as defecções, se ocorrerem, serão para uma candidatura de "esquerda", categoria em que os petistas ligados ao vice-prefeito não classificam Malheiros.

Enquanto o candidato do PV aposta nas dificuldades internas do PT e tenta uma aliança com o DEM para ampliar o seu espaço no horário eleitoral gratuito, os peemedebistas dão indicação de que estão prontos para a briga na capital mineira. Apesar de o deputado estadual Sávio Souza Cruz também se colocar como um pré-candidato, a maior chance de vencer a indicação será do deputado federal Leonardo Quintão, segundo admitiu o presidente estadual da legenda, Antônio Andrade, depois da reunião da Executiva estadual ontem.

"Além de estar melhor posicionado nas pesquisas, Leonardo Quintão é presidente municipal, tem a maioria do partido e só não será o candidato se não quiser", justifica Andrade. "É até bom o PT ter decidido quem será o candidato a vice pois agora saberemos com quem vamos disputar o segundo turno", acrescenta. Na mesma linha, o deputado federal Saraiva Felipe considerou: "Já esperávamos que fosse o Miguel. Sabíamos que na briga interna prevaleceria a aliança com Lacerda. Vamos referendar o Quintão".

Segundo Antônio Andrade, embora o PMDB de Minas tenha feito vários encontros com Roberto Carvalho para discutir a possibilidade de uma aliança com o PT em Belo Horizonte, a legenda não manteve expectativas nesse sentido. "As composições do PMDB com o PT em Minas seguem uma lógica muito local", afirmou. Enquanto em Barbacena os dois partidos são aliados, em Juiz de Fora, o PMDB terá candidatura própria numa tentativa de enfrentar a favorita Margarida Salomão (PT), que em 2008 quase venceu as eleições na cidade. Também em Uberaba e em Montes Claros, os dois partidos se enfrentarão na sucessão municipal. Já em Uberlândia e Nova Lima, petistas e peemedebistas estão juntos.

Quadro A definição de Miguel Corrêa Jr. para vice na chapa de Marcio Lacerda praticamente formaliza o quadro da sucessão em Belo Horizonte. No PMDB, Leonardo Quintão será o candidato. Pelo PTB, vai concorrer o deputado federal Eros Biondini, que em 2008 foi vice na chapa de Quintão. No PDT, o deputado estadual Sargento Rodrigues vai disputar a prefeitura e no DEM, o deputado estadual Gustavo Corrêa já anunciou a sua disposição, apesar de o partido manter conversas com Délio Malheiros e outras legendas como o PRP do deputado estadual João Vítor Xavier, também pré-candidato.

Acompanhamento

A seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) vai acompanhar as eleições em pelo menos 30 cidades dando orientações a candidatos e eleitores. "Nem todo político é corrupto e nem toda irregularidade é grave. Acontece de um candidato ter suas contas barradas por declarar combustível mas omitir o seu próprio carro em uma campanha", explica o presidente da comissão estadual, Rodolfo Viana Pereira, que vai solicitar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) a designação de advogados voluntários e dativos – nomeados que podem representar quem não possuem recursos para pagar custos de processos e honorários advocatícios – que possam atender na esfera eleitoral.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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