quinta-feira, 12 de julho de 2012

Inadimplência cresce 19,1%

Convencidos a consumir para salvar a economia durante os governos Lula, em 2008, e Dilma, em 2011, os brasileiros enfrentam agora as consequências de ter assumido mais despesas do que tinham condições de pagar. Números divulgados ontem pela empresa de análise de crédito Serasa Experian mostram que a inadimplência no comércio acumula alta de 19,1% nos primeiros seis meses do ano, na comparação com o primeiro semestre de 2011.

Segundo divulgou a empresa, de cada 10 consumidores inadimplentes, seis acumulam dívidas superiores à renda familiar disponível. O efeito disso é que uma simples dívida em atraso pode desencadear uma série de novos calotes. "O que temos percebido é que o inadimplente tem em média quatro dívidas não honradas", disse o economista da Serasa Carlos Henrique de Almeida. Entre os tipos de débitos mais comuns acumulados pelos consumidores, os bancários foram os que mais pressionaram o orçamento: nesse item, a inadimplência cresceu 22,1%. Em segundo lugar, aparece a categoria "outras dívidas", que inclui despesas como água e luz, além de transações realizadas no crediário e nos cartões de crédito — aumento de 21,6%.

Endividamento

Os dois subgrupos compõem 90% do índice divulgado pela Serasa. Como consequência, essas dívidas acabam influenciando no endividamento das famílias. "Hoje, o comprometimento da renda do consumidor corresponde a 22% dos seus vencimentos", explica Almeida. O economista menciona que em países mais desenvolvidos, como Estados Unidos e nações europeias, esse montante chega a ser o dobro do brasileiro, mas pontua que, apesar disso, o custo desses consumidores com suas dívidas acaba sendo menor que no Brasil. "É preciso levar em conta que nossos prazos para financiar as dívidas são menores, e o custo dos juros para pagá-las, muito maior", ressaltou. (DB)

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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