quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Paes afirma que mensalão existiu, mas poupa Lula

Candidato à reeleição diz que não se pode culpar todo o PT por delitos; entre suas prioridades, destaca saúde

Renato Onofre

O prefeito e candidato à reeleição Eduardo Paes (PMDB) não tem dúvidas de que existiu o esquema de corrupção petista conhecido como mensalão, mas isentou o ex-presidente Lula de culpa. Ontem, em entrevista ao RJTV, o prefeito discordou de Lula - seu aliado, que nega a existência do mensalão. O prefeito foi sub-relator da CPI dos Correios, que revelou o esquema de compra de votos na base governista em troca de apoio no Congresso.

- Não há dúvida de que houve (mensalão). Imagina! Eu escrevi aquele relatório. O que estou dizendo é que não tem indiciamento do presidente Lula - afirmou Paes.

À época, o prefeito, então no PSDB, chamou o ex-presidente de "chefe de quadrilha". Ontem, negou ter mudado convicções quando se aliou ao PT:

- O PT é um partido de dois milhões de filiados. Então, tem pessoas que cometeram delitos; elas estão sendo julgadas. Eu não posso culpar o partido inteiro. Meu (candidato a) vice-prefeito, Adilson Pires, foi meu líder no governo durante esses últimos quatro anos e é um quadro qualificadíssimo. O Partido dos Trabalhadores é maior do que alguns que cometeram, eventualmente, algum delito.

Procurado, Pires não retornou o pedido de entrevista.

Paes afirmou que a saúde é o maior desafio de sua gestão e que não conseguiu cumprir todas as promessas da campanha de 2008.

- É a área (saúde) que mais me dedico. É a área que precisa fazer mais coisa. Foi a área que a gente mais investiu e mais avançou, mas falta muito - admitiu.

O controle de frequência dos profissionais da saúde também foi abordado. Paes culpou as associações médicas e os sindicatos de classe pelo fracasso na instalação de mecanismo para regular o serviço na rede municipal.

- Temos que avançar. Nas clínicas das famílias a gente tem como acompanhar, mas nos médicos contratados nos sistemas anteriores é mais difícil. Muitas das vezes você tem contestação das corporações - afirmou o prefeito.

FONTE: O GLOBO

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