BRASÍLIA – Com o prazo cada vez mais curto para decidir em qual partido vão disputar as eleições em 2014, deputados federais intensificam movimentos para mudança de legenda e quase todas tendem a perder ou ganhar integrantes. Entretanto, os parlamentares devem deixar o anúncio oficial para a última hora. A data limite de filiações válidas para as eleições é 5 de outubro e muitos ainda esperam a concretização de novas siglas para tomar a decisão. Além do novo arranjo partidário, eles levam em conta questões estaduais e planos na hora de escolher para onde vão.
Desde o início do ano, 10 deputados federais já deixaram seus partidos de origem. Desses, quatro ainda não se filiaram a outra legenda – incluindo Natan Donadon, que foi expulso do PMDB após ser condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, por fraude em licitações quando era deputado estadual em Rondônia, entre 1998 e 1999. Um deles é Romário (RJ), que saiu do PSB no início de agosto e ainda negocia a ida para o PR para se candidatar ao Senado. Outras agremiações também o convidaram — PT, PP, PDT e PMDB.
Quem também tem sido disputado por diferentes siglas é o polêmico presidente da Comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano (PSC-SP). Segundo interlocutores, ele já conversou pessoalmente com representantes do PTB, PRB, PEN, PR e PMDB, mas, por enquanto, permanece no PSC, por onde deve se candidatar ao Senado. Mas os planos verdadeiros do pastor são outros. Em entrevista a um programa de tevê nos EUA no início do mês, Feliciano admitiu ter um preço ao demonstrar a vontade de lançar-se ao posto de presidente do Brasil: "Se algum partido me desse essa legenda, eu entraria nesse barco".
Assim como ocorreu com a formação do PSD em 2011, a criação da Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, e do Solidariedade, que está em avançado processo para ser fundado pelo deputado Paulo Pereira (PDT-SP), deverá provocar debandadas na Câmara. À época do PSD, 51 deputados foram para a legenda de Gilberto Kassab, reduzindo drasticamente algumas bancadas, principalmente a do DEM.
Agora, o maior ameaçado é o PDT, de onde o Solidariedade deve tirar, pelo menos, sete parlamentares. Ao todo, a nova sigla já contabiliza entre 30 e 40 integrantes com mandato. "O critério de cada um é diferente, desde amizade até a questão do espaço que se pode ter. Quem está concorrendo faz sempre um cálculo se tem chance ou não", comenta Marcílio Duarte, presidente provisório do novo partido. false false true Deputados à caça de partido A menos de um mês do prazo para a troca de legendas, parlamentares se mobilizam para garantir uma vaga. O lançamento de siglas pode intensificar as debandadas na reta final.
Fonte: Estado de Minas
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