• Em outra frente, líderes já começam a articular nome que não seja aliado de Dilma para comandar a Câmara dos Deputados
Pedro Venceslau – O Estado de S. Paulo
Os líderes dos partidos de oposição ao governo na Câmara dos Deputados tentarão esta semana convencer o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a manter o cronograma acertado previamente com o grupo para colocar o impeachment em pauta entre amanhã e quarta-feira.
Embora ainda acreditem que ele pode acatar a petição feita pelos juristas Helio Bicudo e Miguel Reale Jr, considerada a peça mais consistente, a oposição já tem pronto um recurso para ser apresentado se Cunha indeferir o pedido.
Regimentalmente, o presidente da Casa é obrigado a submeter o recurso a plenário. Para que ele seja aprovado basta maioria simples
O bloco oposicionista,quedava suporte político a Cunha, defendeu anteontem o afastamento dele da Presidência da Câmara dos Deputados,a partir da revelação de detalhes sobre contas que ele supostamente abriu e operou na Suíça
Os parlamentares dirão a Cunha que a divulgação de documentos enviados pelo Ministé- rio Público da Suíça ao Brasil que comprovam que um negócio de US$ 34,5milhões fechado pela Petrobrás em 2011, no Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas no país europeu que têm ele como beneficiário tornou insuportável a pressão por um gesto público de distanciamento
Os tucanos irão argumentar que, uma vez licenciado,Cunha passaria a ser “um deputado como outro qualquer”. Ou seja: passaria a estar em situação idêntica aos demais deputados que são alvo de inquéritos policias no STF e, mesmo que a Corte aceite a denúncia, o peemedebista estaria na mesma situação que outros parlamentares.
Em outra frente, os deputados de oposição já começam a discutir reservadamente opções de nomes para substituir Cunha na Presidência da Câmara. O perfil ideal é o de um peemedebista afinado com a oposição, mas que tenha bom trânsito entre o alto e baixo clero. O nome mais lembrado é do deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos.
Apesar da predileção da oposição por Jarbas, Leonardo Picciani é o nome mais cotado no Planalto para substituir Cunha. “Quanto mais tempo demorar (para Cunha deixar a Presidência), pior será. Quanto mais rápido vier a solução, melhor para o País. Se tivesse na presidência da Câmara um deputado sem nenhum problema maior seria mais fácil. A situação de Cunha é um elemento de turbulência no andamento do pedido de impeachment”, diz o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.
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