• Presidente em exercício se encontra com parlamentares, entre eles 7 que dizem ainda não ter definido o voto sobre o impeachment no plenário
Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A pouco menos de dois meses da votação definitiva do impeachment no Senado, o presidente em exercício Michel Temer dedicou a maior parte do dia desta terça-feira, 5, para receber parlamentares no Palácio do Planalto, incluindo 13 senadores. O peemedebista tratou com os congressistas de obras em suas bases eleitorais.
Do grupo de senadores que passou pelo Planalto, pelo menos sete deles se apresentam como “indecisos” ou não quiseram responder à pesquisa do Estadoque aponta quem apoia e quem é contra a saída definitiva da presidente afastada Dilma Rousseff.
A ideia de Temer é concluir as obras que estão perto do fim e que necessitam de baixo desembolso de recursos, da ordem de R$ 100 mil, R$ 200 mil ou R$ 300 mil. Com isso, o presidente em exercício beneficiaria pequenas e médias cidades, atendendo senadores – que serão decisivos para garantir a sua permanência no cargo – e seus prefeitos nas eleições de outubro.
O governo está dando prioridade à finalização de construção de Unidades de Pronto Atendimento, creches, escolas e postos de saúde.
Na semana passada, quando comandou a primeira reunião do núcleo da infraestrutura, o presidente em exercício já havia determinado à equipe econômica que fizesse um levantamento das obras paradas e inacabadas para que possam ser finalizadas, com baixo desembolso de recursos.
Nesta terça-feira, o assunto foi tratado na reunião de Temer com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outros sete senadores.
Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento farão uma lista das obras prioritárias, que devem ser apresentadas em nova reunião, marcada para o início de agosto. O Senado também montará um grupo parlamentar para apresentar ao governo as suas prioridades.
Na reunião, Temer recebeu das mãos do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que é presidente da Comissão de Obras Paradas, um relatório produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU), atualizado até setembro de 2015, que aponta que os investimentos em empreendimentos atrasados, paralisados, inacabados e não iniciados totalizam R$ 79,721 bilhões. Deste total, segundo o relatório, já foram pagos R$ 19,085 bilhões.
A ideia do presidente em exercício, segundo o senador, “é estabelecer uma verba mínima para destravar centenas de obras pelo Brasil afora”. Acrescentou que o peemedebista quer ver as obras que “demandam menor verba” e que são urgentes para a população como as UPAS, hospitais, escolas e creches.
Indecisos. O peemedebista tem dedicado boa parte da sua agenda nos últimos dias a atender congressistas. Segundo auxiliares, além de receber os parlamentares pessoalmente, o presidente em exercício costuma telefonar para “dar uma atenção”.
Um dos participantes destes encontros foi o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que aparece como indeciso em relação ao impeachment de Dilma. Temer ouviu do parlamentar, que foi ministro da Educação no governo Lula, propostas para a área.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), outro “indeciso”, foi convidado a participar da reunião de ontem. Da mesma forma, estiveram no encontro senadores que dizem não saber ainda como votar no impeachment, como Omar Aziz (PSD-AM), Acir Gurgacz (PDT-RO), Roberto Rocha (PSB-MA), Wellington Fagundes (PR-MT) e Eduardo Braga (PMDB-AM).
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