Governador de São Paulo e presidenciável tucano designa programa ao economista que foi um dos autores do Real
Daniel Weterman, Adriana Ferraz | O Estado de S. Paulo.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou ontem que o economista Persio Arida fará seu programa econômico para a eleição presidencial. Pré-candidato do PSDB ao Planalto, Alckmin classificou Arida como um “craque” e afirmou que o programa terá um lema: crescimento e inclusão. Um dos formuladores do Plano Real, em 1994, Arida foi presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso.
A informação foi antecipada, ontem, pela coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy, no estadao.com.br. Após a publicação da notícia, Alckmin fez o anúncio oficial por meio de suas redes sociais. Em postagem no Facebook e no Twitter, disse que Arida é um dos economistas mais respeitados do País e um dos idealizadores do Plano Real. “Homem de grande trajetória na vida pública, no setor privado e acadêmico. É craque!”, afirmou o governador.
“Para o crescimento, agenda de competitividade, abertura da economia, exportação, importação, tirar as amarras do desenvolvimento, desburocratizar, uma agenda de reformas”, disse o tucano, em vídeo.
A escolha de Arida para comandar o programa econômico da campanha é vista com um aceno de Alckmin ao mercado. Ele tem sido aconselhado a adotar discurso reformista, enquanto tenta se colocar como principal nome do centro político.
No início do mês, em uma palestra para empresários da construção civil, Alckmin afirmou que “muitos setores da Petrobrás devem ser privatizados”, em um discurso no qual flertou com a bandeira liberal.
“Se tivermos um bom marco regulatório, você pode até privatizar tudo no futuro, sem nenhum problema”, disse o governador. A declaração foi criticada pelo atual presidente da estatal, Pedro Parente.
Alckmin ainda não decolou nas pesquisas de intenção de voto para presidente. Seu nome oscila entre 6% e 11%, cenário que colocou em dúvida até mesmo seu nome como candidato viável ao Planalto. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, chegou a afirmar que a candidatura de Luciano Huck seria boa para o Brasil. O apresentador, no entanto, já desistiu oficialmente da disputa.
São Paulo. Alckmin afirmou ontem que o PSDB não tem motivo para ter pressa em escolher seu candidato ao governo do Estado nem para buscar partidos para formar alianças.
“Não há nenhum atraso nem razão de pressa. As convenções partidárias só podem ser feitas no fim de julho ou começo de agosto. Só se vai ter candidato mesmo no segundo semestre. Agora, o que se pode ter é uma definição política”, disse o tucano ao ser questionado se a demora na definição do partido não atrapalha a legenda.
“Sempre defendi que termos um candidato único da base, a base aliada que elegeu o governador e o prefeito João Doria na capital, seria melhor. Mas temos mais de uma candidatura”, declarou o governador.
Prévias. A executiva estadual do PSDB definiu ontem à noite a data das prévias para a escolha do candidato do partido ao governo do Estado. Serão duas votações: em 18 de março (1.º turno) e no dia 25 do mesmo mês (2.º turno). Ao menos quatro nomes pleiteiam a indicação do partido: Doria, Floriano Pesaro, José Aníbal e Luiz Felipe d’Ávila.
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