- Blog do Noblat | Veja
Em questão, o abuso de autoridade
Convocado às pressas no fim de semana, o Congresso se reunirá, hoje, para votar pela última vez o projeto de lei sobre Abuso de Autoridade. A sessão será longa.
De um total de 118 dispositivos do projeto, o presidente Jair Bolsonaro, orientado pelo ministro Sérgio Moro, vetou 36. O Congresso pretende derrubar parte dos vetos.
O momento é propício. Bolsonaro está fora do país. E o Congresso furioso com a operação da Polícia Federal que na semana passada atingiu Fernando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado.
Acusado de ter embolsado R$ 5,5 milhões da Odebrecht quando foi ministro de Dilma, Bezerra Coelho teve seu gabinete invadido por policiais que apreenderam documentos e computadores.
A derrubada de vetos não incomodará Bolsonaro. Ele vem se afastando do combate à corrupção desde que seu filho Flávio passou à condição de investigado por desvio de dinheiro público.
Quem sentirá o golpe será Moro, que foi contra o projeto na forma como ele foi aprovado pelo Congresso, e também procuradores da República e juízes em geral.
Lula, com um pé fora da cadeia
Tudo pronto para condená-lo outra vez
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completou, ontem, um sexto de sua pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias de cadeia por crime de corrupção e de lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Já pode ir para o regime semiaberto de prisão, trabalhando durante o dia e voltando para dormir na cadeia.
Ocorre que tudo parece pronto em Porto Alegre, sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), para condená-lo no caso do sítio de Atibaia, reformado de presente para ele pelas construtoras Odebrecht e OAS. Substituta de Sérgio Moro, a juíza Gabriela Hardt condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão.
Se a decisão de Hardt for confirmada pelos desembargadores do TRF-4, Lula sequer desfrutará de algum tempo no regime semiaberto. O presidente Jair Bolsonaro continua torcendo para que ele mofe na cadeia. Mas já admite que se Lula for solto não será assim tão mal. Servirá para aumentar a polarização com o PT.
O melhor dos mundos para o ex-presidente está nas mãos dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Amanhã, eles decidirão se réus delatores devem ou não ser ouvidos antes dos demais réus. Se entenderem que sim, a condenação de Lula no processo do tríplex poderá ser anulada. A decisão beneficiará também outros réus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário