Têm
o poder de provocar transformações em nossa razão e sentimento
Advogado,
professor e apaixonado por literatura, José Roberto de Castro Neves teve uma
ideia luminosa em tempo de trevas: convidou 60 artistas, jornalistas,
cientistas e profissionais consagrados de várias gerações para escrever sobre o
livro que mudou suas vidas. Todo mundo tem um, que foi decisivo em sua
formação, pelo encontro com um mundo de ficção que mudou de verdade seus
valores, sonhos e ambições, marcando sua história pessoal pela emoção e pela
razão, num momento de transição e descoberta de novos mundos entre o real e o
imaginário.
O melhor da literatura é que, ao contrário da música, do teatro, do cinema e da dança, quando somos espectadores passivos, cada leitor cria suas próprias imagens e sons de personagens, cenários e ações, diferentes dos de todos os outros leitores, fazendo de cada um coautor de um livro que só ele leu.
É
imenso o poder transformador dos livros quando, na juventude, mergulhamos no
mar bravio dos sentimentos humanos, navegando pelo melhor e o pior do homem e
da mulher em busca de ideais profissionais, românticos, políticos e sociais,
encontrando algumas respostas e muitas novas perguntas, nos identificando com a
visão do mundo e os valores dos personagens, viajando por países e épocas
distantes e mundos inventados.
“Cem
anos de solidão” (García Márquez), “Em busca do tempo perdido” (Proust), “O
apanhador no campo de centeio” (Salinger), “On the road” (Kerouac), “O encontro
marcado” (Fernando Sabino), “A montanha mágica” (Thomas Mann), “O segundo sexo”
(Simone de Beauvoir) são alguns clássicos de longa lista de livros que, além de
divertir, informar e emocionar, têm o poder de provocar transformações em nossa
razão e sentimento. Por sua intensa humanidade e pela força da narrativa,
funcionam também como verdadeiros livros de autoajuda, no bom sentido, de
aprender, de ajudar a se conhecer, a crescer e a ser feliz.
O livro que mudou minha vida foi “Gabriela, cravo e canela”, de Jorge Amado, que li com 13 anos. Mas isso é outra história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário