O
que será que o pessoal também poderia falar sobre Bolsonaro?
Note
bem, não são denúncias nem acusações. São só tiradas casuais, como as que Jair
Bolsonaro solta em suas declarações,
jogando veneno sobre alguém, mas de forma a poder voltar atrás se tiver de
provar. "É o pessoal que fala", diz ele. Pois o pessoal está falando
que, com Bolsonaro, acabou mesmo a corrupção no Brasil. Seus atos de governo
podem arruinar o país, mas beneficiam muita gente, para sua olímpica satisfação
e só por isso.
Essa história dos madeireiros, por exemplo. Quilômetros de floresta caem por minuto e seus troncos saem em frotas de caminhões com documentação falsa para os navios, sob suas bênçãos. E, se alguém tentar investigar, ele demite. Não é magnânimo? O mesmo acontece com a turma da atividade pecuária, de mineração e pesqueira --Bolsonaro lhes dá livre acesso às áreas protegidas, inclusive indígenas, puramente por esporte. Se eles enriquecerem com seus decretos, é problema deles. E será verdade que os fabricantes de cloroquina são velhos amigos da família? Poxa, toda família tem fabricantes de cloroquina entre os amigos.
O
pessoal admira também como Bolsonaro é uma mãe para as Forças Armadas, as igrejas
evangélicas e as universidades particulares. Aos milicos
confere benefícios a que nós, os otários, não fazemos jus; os bispos,
dispensa-os de impostos; e aos tubarões do ensino faz vista grossa para os
repasses irregulares que recebem. Eles ficam felizes, e isso alegra Bolsonaro.
E, claro, os fabricantes de armas são o seu xodó —um dia, por ele, todo
brasileiro sairá à rua com dois 45 no cinto. Só que, aí, não se trata de
enriquecer os fabricantes, mas de armar a população no caso de ela precisar
invadir o Congresso e o STF.
É
o presidente mais desprendido, desinteressado e generoso que já existiu. Faz o
bem sem olhar a quem, e, incrível, esses são sempre os bacanas com algum
perrengue na Justiça.
Mas, enfim, eu não sei de nada. É o pessoal que fala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário