O Globo
Presidente busca votos no velório da
rainha, faz discurso de candidato na ONU e tenta disfarçar desdém dos líderes
globais
Com dificuldade para gerar fatos novos no
Brasil, Jair Bolsonaro foi gravar vídeos de campanha no exterior. Às vésperas
do primeiro turno, o capitão torrou dinheiro público em Londres e Nova York. A
viagem será lembrada pela tentativa de arranjar votos no funeral da rainha.
Convidado para o velório de Elizabeth II,
Bolsonaro rasgou a fantasia de presidente e se comportou como candidato.
Aboletou-se na sacada do embaixador brasileiro e fez comício para uma claque
uniformizada em verde e amarelo.
Num momento vexatório, militantes
bolsonaristas hostilizaram o aposentado Chris Harvey, que reclamou da algazarra
e pediu respeito ao luto dos britânicos. Em outro, disseram a repórteres da BBC
de Londres que eles não seriam bem-vindos à própria cidade.
O embaixador Fred Arruda não se constrangeu
com o uso privado do prédio público que lhe serve de residência. Além de
consentir com os abusos, disse não conhecer “honra maior” que a companhia de
Silas Malafaia, dublê de pastor e animador de campanha.
O capitão escolheu um posto de gasolina para fazer o segundo comício. Comparou o preço do combustível em libras e em reais, sem citar a diferença entre o poder de compra de britânicos e brasileiros.
Ele encerrou a turnê londrina com novas
ameaças golpistas. Atacou os institutos de pesquisa, repetiu a lorota do
“Datapovo” e disse que só perde a eleição se ocorrer “algo de anormal” na
apuração dos votos no TSE.
Em Nova York, Bolsonaro voltou a usar a
tribuna das Nações Unidas como palanque. Recitou seu slogan eleitoral, atacou o
ex-presidente Lula e mentiu sobre a gestão da pandemia, a violência no campo,
os assassinatos de mulheres e a corrupção. Ignorado pelos líderes globais,
encenou reuniões com governantes de direita da Polônia e do Equador.
Depois da passagem pela ONU, o capitão fez
o quarto e último comício da turnê. Levou sua comitiva a uma churrascaria,
subiu na cadeira e despejou um discurso pontuado por palavrões. “Além de
imbrochável, sou outras coisas também!”, proclamou o presidente em fim de
mandato. Seus seguidores responderam em coro: “Mito! Mito! Mito!”.
7 comentários:
Fora,Bolsonaro.
Pastor bolsonarista adora mesmo é o bezerro de ouro.
4 comícios e 2 funerais: o segundo é o da própria candidatura do genocida! Torrou nosso dinheiro em Londres só pra nos envergonhar ainda mais! Canalha mentiroso!
Acharam que estavam num estádio de football , como sempre, tudo é carnaval para o brasileiro de baixa estatura mental.
Essa militância ajem como penetras quando se trata de distribuição fácil do dinheiro público, então é necessário bajular o mito em retribuição ao “mimo” do doidivana pomba gira.
Estou orgulhoso, e esperançoso, com os comentários aqui. Parabéns a todos!
FORA BOLSONARO! FORA!
LULA PRESIDENTE! NO 1o TURNO!
Incomível ele é mesmo,rs.
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