Folha de S. Paulo
Bastou o TSE tentar cumprir melhor o seu
papel para ser criticado por falta de transparência
O TSE ampliou
seus poderes para atuar contra uma imensa e complexa rede criminosa de
propagação de mentiras, distorções e manipulações operada pela candidatura da
extrema direita. Antes tarde do que muito tarde.
A transmissão massiva de desinformação é
concatenada em vários níveis pela campanha de Bolsonaro com o intuito de tentar
nocautear o adversário, que se vê obrigado a esclarecer falsidades o tempo
todo, além, claro, de desestabilizar o sistema eleitoral.
Ao não divulgar sua avaliação sobre a eleição no primeiro turno, o ministério da Defesa contribui para a fermentação de teorias conspiratórias sobre as urnas. Não divulga, simplesmente, porque não tem como reprovar a urna eletrônica. Mas, ao postergar suas conclusões, age para semear dúvidas e suspense.
Os tentáculos da rede se proliferam a partir dos púlpitos, com a disseminação
de aberrações que seriam cometidas contra as famílias, caso a esquerda volte ao
poder. A fraude informativa é amplificada no esgoto digital bolsonarista, que
cria uma espécie de Brasil paralelo, e que, até agora, estava dando uma surra
no TSE.
Os novos poderes da corte não resolvem
tudo. Trata-se, apenas, de contenção de danos diante da insuficiência dos
acordos pré-campanha acertados com as empresas donas de plataformas e redes
sociais.
Bastou o TSE mostrar que está disposto a
cumprir melhor o seu papel para ser criticado por falta de transparência e por
supostas ameaças à liberdade de expressão. Cada decisão do TSE é monitorada
pela imprensa e pelo público. Já as empresas, que têm falhado no cumprimento
dos acordos, são zonas de guerra fechadas ao escrutínio da sociedade.
Quais os critérios que usam para remoção de conteúdos, suspensão de contas e de canais que insistem na sabotagem à democracia? Qual a estrutura que montaram para combater a desinformação? O fato é que a desenfreada máquina do ódio multiplica os lucros das empresas. E que se danem a democracia e o eleitor.
2 comentários:
"A transmissão massiva de desinformação é concatenada em vários níveis pela campanha de Bolsonaro..."
Tudo q do bolsonaro é assim, "com desinformação" - uma maneira demasiadamente educada de dizer "COM MENTIRA".
A que ponto chegamos!
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