O Globo
Notícias ruins acordaram os doutores
A alta do dólar, a queda da Bolsa e a
confirmação de que o aumento da arrecadação era um sonho levaram o governo a
admitir a relevância do controle de gastos e a consequente valorização de uma
administração comprometida com o feijão com arroz.
Em dois anos de governo, o ministro Fernando
Haddad teve vitórias e derrotas. Brilhou com o projeto de reforma tributária,
mas seu déficit zero era lorota. Ele conseguiu restabelecer as boas relações de
um governo petista com a banca.
Na segunda-feira, Haddad e Simone Tebet, sua colega do Planejamento, mostraram a Lula o dreno provocado pela distribuição de incentivos. A iniciativa tem mérito, mas não tem valor. O Sol congelará antes que um Congresso resolva podar os benefícios dados à Zona Franca de Manaus. Cada incentivo é um jabuti velho, escolado e bem relacionado.
A discussão da política de incentivos, como a
taxação das grandes fortunas, é tema que lustra a biografia de quem a propõe,
mas não vai a lugar algum.
Infelizmente, o déficit zero era um espécie
de pau do circo de Haddad: arrecadando mais, o governo poderia induzir o
crescimento. Daí viriam as picanhas prometidas durante a campanha. Sem esse
salto arrecadador, Lula 3.0 arrisca tornar-se um governo durante o qual a
economia andou de lado.
É melhor andar de lado do que ir
galhardamente na direção errada, como sucedeu com a Nova Matriz Econômica do
governo de Dilma
Rousseff.
Vendo que não pode gastar, Lula terá a
oportunidade de se voltar para a boa administração do dia a dia. Apesar do
estilo triunfalista do presidente, seu governo vai bem no feijão com arroz. Vai
bem mesmo quando é comparado a outros governos, sem levar em conta o caos de
Bolsonaro.
Derrapou feio na compra de arroz importado,
pretendendo comercializá-lo a preços tabelados. Esse desastre só aconteceu
porque no lance estava a mão peluda do interesse político.
Talvez algum petista tenha se lembrado de
que, em 1962, o governador gaúcho Leonel Brizola teve mais de 200 mil votos
para deputado federal na Guanabara porque vendeu arroz barato em caminhões.
Terminar obras que estão paradas é uma das
boas maneiras de administrar o trivial variado. Infelizmente, ela vem sendo
instrumentalizada em marquetagens.
Getúlio
Vargas foi um presidente de grandes ideias, mas, lendo seu diário,
percebe-se a atenção quase obsessiva com a rotina da administração.
Lula, ou qualquer político brasileiro, dispõe
de um boqueirão, resgatando o agronegócio e colocando-o na galeria do orgulho
nacional, como Juscelino
Kubitschek colocou a indústria, no fim dos anos 1950.
Por diversos motivos, Lula jogou fora essa
oportunidade, e hoje ela está em cima de um montinho de cal, dentro da pequena
área, esperando que alguém bata esse pênalti.
2 comentários:
As notícias ruins infelizmente não vão acabar, a direção do PT quer gastar mais . Sabe que só enchendo o povo de Agrado pode reverter a baixa popularidade em que vive atualmente Lula
Casos de corrupção já fazem parte da realidade do atual governo o escândalo do leilão do arroz não deixa dúvida
Por mais que a mídia e jornalistas torçam e defendam o Lula observamos que o governo está sem rumo e sem programa
A nível internacional isolamento do Brasil é cada vez maior Partido momento que assumiu o lado dos totalitários Rússia e China na guerra da Ucrânia está havendo um distanciamento diplomático da Europa , dos Estados Unidos, Japão e Austrália do Brasil
Sem dizer que as trapalhadas em relação à guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas rendeu a lula o título de persona não grata Situação inédita em toda história da diplomacia brasileira
Jesus!
Postar um comentário