Folha de S. Paulo
Premiê prolonga conflito para adiar acerto de
contas, mas frustração interna cobrará um preço alto
De tempos em tempos, o fantasma do pós-guerra
dá um susto em Binyamin
Netanyahu. Quando vê a assombração, o premiê fala grosso para
reforçar a imagem de um líder irredutível. Dobra a aposta no massacre, enfrenta
os rivais de Israel e
adia o encontro final com a aparição.
A multidão que tomou as ruas de Tel Aviv e outras cidades do país nos últimos dias levou a um roteiro parecido. Pressionado a aceitar um cessar-fogo que permita a libertação de reféns, Netanyahu até pediu desculpas, mas disse que só vai parar a guerra quando o Hamas for eliminado.
A dimensão dos protestos sugere que os
humores nacionais não vão se dissipar tão facilmente quanto Netanyahu gostaria.
As manifestações podem ser insuficientes
para forçar um cessar-fogo, mas o acúmulo de frustrações com a
condução da guerra tem tudo para encaminhar o primeiro-ministro para um acerto
de contas mais doloroso quando esse momento chegar.
Antes da notícia de que seis reféns
israelenses haviam sido encontrados mortos, 67% dos cidadãos do país
já diziam apoiar a criação de uma comissão independente para investigar as
circunstâncias dos ataques de 7 de outubro do ano passado. Quase 90% do país
concordava que era preciso determinar a responsabilidade de agentes políticos.
Netanyahu é o nome pintado no alvo de muitos
desses israelenses. O pessimismo com o futuro da segurança nacional, tema caro
aos eleitores, atingiu seu maior índice em anos. Muitos cidadãos de direita não
conseguem mais sustentar bons níveis de apoio ao premiê nessa área.
Seus adversários sentiram o cheiro que vem
das ruas. O centrista Yair Lapid anunciou adesão à greve geral convocada no
país. Benny Gantz, da aliança de centro-direita, participou de um dos protestos
contra Netanyahu.
A rede de apoio internacional ao premiê
também se esgarça. Joe Biden disse que Netanyahu não
faz o suficiente pelos reféns, e o governo do Reino Unido suspendeu
a venda de algumas armas.
O prolongamento do conflito ajuda Netanyahu a
evitar uma ruptura imediata, capaz de derrubar seu governo, mas a fatura
política do pós-guerra vai ficando cada vez mais alta para o premiê.
2 comentários:
Quem deve ser eliminado é o GENOCIDA Netanyahu! Depois de comandar o assassinato de mais de 40 mil palestinos, a grande maioria mulheres e crianças, quase não restam mais crimes pelos quais possa ser acusado. Transformou Israel num Estado TERRORISTA, o que pesará sobre os judeus pelas próximas décadas. Depois de judeus terem sido brutalmente atingidos pelo Holocausto nazista, os judeus israelenses agora são responsáveis pelo GENOCÍDIO de dezenas de milhares de inocentes palestinos. Carregarão tal culpa esta e as próximas gerações de israelenses que apoiaram os CRIMES DE GUERRA das forças armadas de Israel, bem como seus diplomatas MENTIROSOS em todas as partes do mundo, que defenderam Netanyahu e atacaram a ONU e governos da África do Sul, Brasil e outras nações, que tentaram conter o GENOCÍDIO apoiado por EUA e Europa.
Pois é.
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