O Estado de S. Paulo
Aliança de Trump, Bolsonaro, Milei e Trump: tudo a ver com explosões no STF bem o perigo que representam China, Rússia, Irã e os grupos terroristas”. Ficou um cheiro de ameaça no ar
No Brasil, o esforço do governo Lula é para prestigiar a rede de comando legalista das Forças Armadas, de um lado, e cobrar a responsabilidade de militares golpistas, de outro. Nos EUA, Donald Trump sinaliza o oposto: punição aos militares liberais, pró-democracia, direitos humanos, meio ambiente e minorias, e premiação para radicais e retrógrados. Lula precisa do trigo, Trump investe no joio.
Com a Cúpula do G-20 no Rio e as explosões em Brasília, investigadas como terrorismo pela PF, o Brasil parece desatento aos sinais de Trump aos EUA e ao mundo com suas escolhas para cargos estratégicos favorecendo a linha dura e usando o critério da lealdade – não à maior potência mundial e às boas causas, mas a ele próprio.
Para a Saúde vai Robert Kennedy Jr., que não
tem intimidade com uma área tão sensível e faz campanha feroz contra vacinas,
com a fake news criminosa de que elas fazem mal e transmitem doenças às
crianças. Parece até um certo presidente brasileiro que acusou a vacina contra
covid de causar aids…
Depois dos atritos e demissões do diplomata e
ex-militar John Bolton e do general da reserva H. R. McMaster no primeiro
mandato, Trump vai ter no Conselho de Segurança Nacional o deputado Mike Waltz,
que ele definiu como um homem “duro”, que “conhece
Para a Secretaria de Defesa, o indicado é
Pete Hegseth, que é... apresentador da Fox News, a rede de TV mais trumpista.
Ok, Hegseth é veterano de guerra, serviu no Iraque e no Afeganistão, mas e daí?
Isso não qualifica ninguém para ser estrategista de segurança de um país que
convive com o trauma das Torres Gêmeas, e num mundo cada vez mais instável.
A extrema direita investe na estratégia de
chocar, confrontar, atacar, como fazem Trump, Bolsonaro e a nova estrela da
turma, Javier Milei, primeiro chefe de Estado recebido por Trump após a eleição
e que vem ao G-20, no Rio, para roubar os holofotes.
Simultaneamente, a Argentina retirou sua
delegação na COP-29, no Azerbaijão, e votou na ONU contra uma resolução em
defesa dos indígenas e outra de proteção para mulheres e meninas. Em 184
países, o único (único!) voto contrário, nos dois casos, foi da Argentina.
As explosões na Praça dos Três Poderes nos
lembram que o risco de golpe não acabou e a conexão entre Trump, Milei e
Bolsonaro tem tudo a ver. O grande elo tem nome, internet, e cara, Elon Musk, o
gênio do mal no projeto Trump.
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