Bancários do país estão parados há quatro dias, mas nenhuma negociação foi aberta entre patrões e empregados
Movimento cresce e já são 7.672 agências fechadas; funcionários de bancos e dos Correios fazem protesto hoje
Cirilo Junior
SÃO PAULO - A greve dos bancários entra hoje no quarto dia sem qualquer canal de negociação aberto entre patrões e empregados. Os grevistas preparam uma manifestação para a tarde de hoje, no centro de São Paulo.
Também participarão do ato funcionários dos Correios, que estão de braços cruzados há 17 dias.
"Estamos unificando nossas ações. Queremos entender as razões de empresários e governo estarem reticentes. Por algum motivo, eles querem a greve", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro).
O sindicalista disse ainda que não houve qualquer contato com os representantes dos bancos. Ele ressaltou que cresce cada vez mais a adesão de bancários de redes privadas à greve.
Ontem, 7.672 agências permaneceram fechadas em 25 Estados e no Distrito Federal, segundo dados da entidade sindical. Isso representa acréscimo de 23% no total de unidades paradas em relação ao dia anterior.
Segundo a Febraban, a federação dos bancos, há 20.073 agências no Brasil. Os bancos abriram normalmente somente em Roraima, mas o sindicato local aprovou greve a partir de segunda.
MAIOR ADESÃO
Com o ritmo crescente do movimento grevista, a expectativa do sindicato é que o total de agências paralisadas neste ano ultrapasse hoje o teto observado no ano passado, quando 8.400 ficaram fechadas no 15º dia de greve.
Em São Paulo, 33,3 mil bancários não trabalharam, de acordo com o sindicato. Isso representou 24,7% de um total de 135 mil empregados.
Do total de 2.400 agências na Grande São Paulo, 844 ficaram fechadas, ainda de acordo com informações do movimento grevista. Os trabalhadores pedem 12,8% de aumento sobre pisos e salários, além de ampliação dos ganhos na participação nos lucros, entre outras reivindicações.
FONTE: FOLHA S. PAULO
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