Planalto teme perder o apoio do PSB e de seu líder, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos
Desgastado por suspeitas de beneficiar com volume expressivo de verbas Pernambuco, seu Estado natal, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, começa a semana tendo de dar explicações e pressionado pela oposição. Decidida a blindar o ministro, a presidente Dilma Rousseff pedirá hoje a Bezerra que apresente as medidas que estão sendo adotadas para reduzir os danos provocados pelas enchentes em alguns Estados.
Bezerra está envolvido em suspeitas de favorecimento de seu Estado e também de seu filho, o deputado Fernando Coelho (PSB-PE), no repasse de recursos do ministério, além de acusações de nepotismo.
O líder do DEM no Senado, senador Demóstenes Torres (GO), pedirá amanhã que a Procuradoria-Geral da República investigue o ministro por meio de inquérito.
– O ministro está descumprindo sua função. Faltou compostura a ele, que tem dado privilégio no repasse de recursos – disse Demóstenes.
Segundo o líder do DEM, a representação abordará três assuntos: o favorecimento no repasse de recursos de combate a enchentes para Pernambuco, o privilégio dado ao seu filho na liberação do maior volume de emendas parlamentares e as acusações de que Bezerra teria ignorado o decreto antinepotismo ao manter o irmão, Clementino, presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba durante quase um ano.
O ministro prometeu atender ao pedido da oposição e comparecer ao Congresso amanhã para dar explicações sobre a destinação de recursos de sua pasta.
O Planalto vai trabalhar para preservar Bezerra como forma de não ampliar o saldo de ministros que deixaram o governo – sete até agora. A própria presidente deflagrou uma operação na sexta-feira, quando acionou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para defender o repasse de verbas para Pernambuco, Estado governado por Eduardo Campos (PSB). O governador é padrinho político do ministro e aliado importante do governo.
FONTE: ZERO HORA (RS)
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