Senador pedirá que o MP investigue Bezerra
Por entender que o ministro da Integração cometeu improbidade administrativa, senador Demóstenes Torres pedirá ao Ministério Público que investigue três denúncias
Agência Estado
BRASÍLIA – O líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), entrará com uma representação na Procuradoria-Geral da República amanhã, pedindo ao Ministério Público que investigue três denúncias contra o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. Demóstenes entende que o ministro cometeu improbidade administrativa, ao se valer do cargo para fins eleitorais. “A forma como ele tem agido com certeza resultou em mortes que poderiam ser evitadas”, alega.
O senador concorda que o governo, de olho no apoio do PSB, tem procurado blindar o ministro para mantê-lo no cargo. Mas lembra que, na área jurídica, “não tem como preservar” Fernando Bezerra Coelho das acusações. “O governo pode blindá-lo politicamente, juridicamente, no entanto, ele tem de prestar contas. Não é mais um problema de governo”, alega. “Estamos diante de uma questão humanitária, ele pode ter contribuído para a morte de pessoas dos locais que, se tivessem sido atendidos, impediria a tragédia chegar ao ponto em que chegou.”
O senador quer que o Ministério Público apure a denúncia de que o ministro descumpriu com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proibindo o nepotismo e o decreto presidencial 7.203, de 2010, que reitera a proibição, ao manter no último ano seu irmão Clementino Coelho como presidente interino da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). “Ele feriu o princípio da impessoalidade”, afirma, lembrando.
Na última sexta-feira, a Casa Civil divulgou nota em que afirma que o ministro apresentou novo nome para o comando da Codevasf há 50 dias. Informou ainda, em defesa de Clementino, que ele ocupa o cargo, interinamente, por força do estatuto da empresa, que determina que “o membro mais antigo da diretoria da Codevasf” comande a empresa na interinidade.
A representação do DEM também pede providência pelo desrespeito à medida provisória, convertida em lei, que prioriza as áreas que mais sofreram com as enchentes no ano passado – Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina – “ao privilegiar seu Estado, Pernambuco”, com 90% dos recursos destinados à prevenção de desastres. “Havia a acusação de que se antecessor (Geddel Vieira Lima) havia desviado o dinheiro para a Bahia, cabe agora ao Ministério Público investigar se ele inverteu a prioridade e, ao que tudo indica, a resposta é sim”, lembra Demóstenes.
Outro denúncia destacada pelo senador é a de que o ministro favoreceu seu filho, deputado Fernando Bezerra Filho (PSB-PE), na distribuição de recursos para emendas parlamentares Demóstenes informa que o DEM vai comparar o dinheiro liberado para as emendas do filho do ministro com as de outros parlamentares da base aliada. “Não vamos nem comparar conosco porque somos mesmo rejeitados o tempo inteiro”, afirma, lembrando a situação enfrentada hoje pela oposição.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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