sábado, 26 de maio de 2012

Com 2 anos de atraso, João Cândido vai ao mar

Estaleiro recebe multa por não ter conseguido cumprir prazos

Letícia Lins

Sergio Machado, Eduardo Campos e Graça Foster dando a partida simbólica do navio

IPOJUCA, PE . Quase dois anos após o previsto, o navio João Cândido fez ontem sua primeira viagem deixando o Porto de Suape com destino à Bacia de Campos, onde recebe um carregamento de 1 milhão de barris de petróleo. O petroleiro, incluído como obra do PAC, foi o primeiro navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota e transformou-se no símbolo da retomada da indústria naval do país.

Os sucessivos atrasos na entrega do navio e a desistência da coreana Samsung de continuar como sócia do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que construiu o João Cândido, evidenciaram que o setor está longe de uma recuperação plena. A cerimônia de lançamento contou com a presença do governador Eduardo Campos (PSB-PE) e da presidente da Petrobras, Graça Foster. Por conta do atraso de 20 meses, a Transpetro multou, na semana passada, o EAS, em valor não divulgado "por sigilo de cláusula contratual", disse a empresa.

Com 274,2m de comprimento, 48m de largura, 51,6m de altura e capacidade para 1 milhão de barris, João Cândido deixou Suape no fim da manhã, sob chuva de papel picado, girândola e acenos emocionados. Vindos em grande parte da Zona da Mata, região da agroindústria açucareira, muitos dos operários que ajudaram a construir o João Cândido estavam no primeiro emprego formal. O agora maior navio de bandeira brasileira em operação e primeiro petroleiro construído no Nordeste teve custo final de R$533 milhões.

- Fizemos uma opção pelo Brasil. Não somos diferentes de Coreia ou Japão, que passaram décadas para que a indústria naval ficasse sólida - destacou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Segundo Machado, hoje o país é o quarto do mundo em número de petroleiros.

FONTE: O GLOBO

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