quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Em BH, Patrus enfrenta intrigas dentro da própria campanha


Peemedebista diz que grupo do PT já abandonou candidato de olho em 2014

Maria Lima

BELO HORIZONTE - Estacionado nas pesquisas e com a campanha carente de grandes estrelas do PT e do PMDB, o candidato do coração da presidente Dilma Rousseff à prefeitura de Belo Horizonte, o ex-ministro Patrus Ananias, diz que ainda acredita numa arrancada da militância na reta final. Com sondagens internas que mostrariam o prefeito Márcio Lacerda (PSB) com dianteira de apenas seis pontos, o petista conta com uma virada como a que aconteceu com o deputado Leonardo Quintão (PMDB) em 2008, quando jogou uma eleição já considerada perdida para o segundo turno. Mas aliados do PMDB, descrentes, acusam o PT de, fracionado, estar abandonando Patrus de olho na eleição de governador em 2014.

Um dia depois da divulgação do Ibope que deu a Lacerda uma dianteira de 17 pontos, Patrus intensificou a campanha de rua. Após debate com estudantes da UFMG, ontem, ele lembrou que em 2008, a cinco dias da eleição, o Datafolha dava a Lacerda 45% das intenções de votos e a Quintão, 23%. E na véspera o peemedebista pulou para 31% e foi para o segundo turno, quando, então, foi derrotado.

- As eleições em Belo Horizonte quase sempre são definidas nos últimos dias. Em 2008, um candidato foi apresentado pelas pesquisas como o vencedor no primeiro turno e o jogo mudou no último minuto - disse Patrus.

No PMDB, que indicou o vice, o vereador Cabo Júlio verbaliza a insatisfação com a campanha petista, reclamando que a falta de apoio do próprio PT a fragiliza. Lembrou que dois grupos dentro do partido disputam com vistas a eleição 2014: o de Patrus e do ministro Fernando Pimentel. Pimentel defendia a manutenção da aliança com Lacerda.

O vereador peemedebista lembra que é nessa reta final que o eleitor indeciso tende a fugir dos candidatos mais fragilizados. E reclamou da ausência das estrelas petistas.

- Não vem a Dilma, não vem o Temer! E aqui no PT, quem não está fora, trabalha contra. Isso é ruim! Tem gente do PT trabalhando para o Márcio por debaixo dos panos - afirmou Cabo Júlio ao GLOBO.

Um dos coordenadores da campanha de Patrus, representante do grupo do ministro Fernando Pimentel, o deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG) rejeita o argumento de Cabo Júlio:

- Nas nossas pesquisas internas a diferença é só de 6 pontos para o Lacerda. Isso não é pouco, é uma diferença de 200 mil votos! O PT está todo engajado, eu sou muito próximo ao Pimentel, mas estamos dando o sangue. O problema é que já tem gente disputando o espólio da derrota, aí é difícil!.

No debate da UFMG o prefeito Márcio Lacerda não compareceu e sofreu ataque dos demais participantes, principalmente de Patrus.

Fonte: O Globo

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