Conceituada
publicação inglesa põe o governador como a principal ameaça à reeleição de
Dilma Rousseff, reportagem aborda prós e contras da gestão Eduardo no Estado
SÃO PAULO - A revista
britânica "The Economist" traz na edição desta semana um perfil do
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB,
apresentando-o como uma "possível ameaça à reeleição" da presidente
Dilma Rousseff (PT) em 2014. "Ele (Eduardo) é formalmente um aliado de
Dilma Rousseff, sucessora de Lula na Presidência. Mas é também uma ameaça
potencial para a sua reeleição no pleito de 2014", diz a matéria.Entre as
razões apontadas pela revista para a ascensão dele, estão o "sucesso"
de sua administração no governo de Pernambuco e a "falta de novos
quadros" nos dois partidos considerados "os mais importantes do
Brasil" pela revista: PT e PSDB. "Enquanto os dois principais
partidos que comandaram o Brasil desde 1995 sentem falta de novos quadros, o
sucesso de Campos em Pernambuco o torna (no momento) o político de maior
visibilidade no País".
Em uma retrospectiva
da gestão de Eduardo, a The Economist avalia que a política industrial adotada
por ele é uma das razões de seu sucesso. "Enquanto o resto do Brasil se
preocupa com a desindustrialização, Pernambuco não: desde que Campos tornou-se
governador, em 2007, a fatia da indústria na economia do Estado aumentou de 20%
para 25%, e vai atingir 30% em 2015, segundo dados do próprio governador",
aponta a revista. "Esse "boom" trouxe praticamente o emprego
pleno àquele Estado, ao mesmo tempo que também trouxe escassez aguda de mão de
obra", diz.
A revista afirma
ainda que o aumento nos salários recebidos pela população ? conquista atribuída
ao governador pela revista ? auxiliou a chegada de investimento privado em
Pernambuco. "A Fiat está prestes a começar o funcionamento de uma fábrica
ao lado da principal estrada no norte do Recife. Fábricas de comida, roupas e
calçados estão chegando ao interior pobre do Estado", afirma.
A vitória de seu
partido nas eleições municipais ? quando o PSB tornou-se o quinto partido com o
maior número de prefeituras sob seu comando e o quarto com o maior número de
habitantes governados ? é apontada como outro fator de ele ter se tornado uma
ameaça à reeleição da presidente Dilma.
Como contraponto, a
revista afirma que Eduardo ainda não solucionou questões relacionadas à pobreza
em Pernambuco. É ressaltado também o passado político de sua família, com seu
avô, Miguel Arraes. A revista britânica diz ainda que muitos o criticam por ser
uma "versão moderna dos antigos coronéis", destacando que
"algumas pessoas" dizem que ele "não desafiou a antiga ordem
rural, trocando apoio por empregos e favores, além de congelar os
dissidentes".
De acordo com a The
Economist, o antecessor dele no governo, Jarbas Vasconcelos, já teria deixado
as bases do "renascimento" de Pernambuco. "Ele teve sorte porque
seu antecessor ? menos alardeado ? lançou as bases do renascimento de
Pernambuco. Ele se apoiou nisso para modernizar o Estado", conclui a reportagem.
Fonte: Jornal do
Commercio e O Estado de S. Paulo
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