Sigla não demonstra qualquer sinal de reconciliação
Com a chegada do mês de abril, o PT pernambucano terá vivenciado seis meses de sua maior derrota eleitoral sem qualquer vestígio de uma repactuação. O partido, que chegou ao poder no Recife antes mesmo de o ex-presidente Lula (PT) iniciar seu primeiro mandato, não consegue definir as bases para a retomada da unidade. A situação é tão grave que nem mesmo com a campanha presidencial nas ruas e com um dos pré-candidatos - o governador Eduardo Campos (PSB) - se articulando de forma concreta para enfrentar a presidente Dilma nas urnas, o Partido dos Trabalhadores atenta para uma reconciliação.
Ainda que conversas pontuais entre tendências estejam ocorrendo, o grupo capitaneado pelo ex-prefeito João da Costa e o time do deputado federal João Paulo e do senador Humberto Costa continuam em fase da fustigação que corroeu a candidatura do senador à prefeitura. Se nas prévias vividas em maio passado a situação chegou a ser classificada por alguns como agressiva, o que dizer da troca de tapas na reunião que deveria ser marcada pela comemoração dos 33 anos do partido e dos 10 de poder na esfera federal, no início de março?
Desde o episódio, as negociações estão paradas. Só o grupo que esteve com João da Costa vem conversando entre si. A deputada estadual Teresa Leitão é uma das mais empenhadas em promover uma repactuação. Durante o encontro em que os militantes foram às vias de fato, ela pediu, com a voz embargada, que uma reconciliação fosse colocada em curso.
Os prefeitos do interior - apesar de o PT ter perdido no Recife, o número de gestores aumentou de oito para 13 no Estado - estão perdidos e, por diversas vezes, falaram em "abandono". Nem a visita da presidente Dilma Rousseff na última semana, quando ela anunciou R$ 3,1 bilhões de investimentos, serviu para reanimar o PT local. As lideranças penam com as confusões e os liderados amargam a ausência de comando.
Mesmo diante do evidente desconcerto, o presidente estadual da sigla, deputado federal Pedro Eugênio, tem dito que irá insistir em encontros. Contudo, o mais importante deles - destinado a fazer uma análise detalhada da derrota sofrida - ainda não ocorreu. As correntes estão tomando decisões isoladas. Uma demonstração clara da divisão interna que permanece é a posição do secretário de Habitação do Recife, Eduardo Granja, que não está alocando em sua pasta colegas de tendências adversárias.
O ex-prefeito João da Costa segue na planície desde que deixou a cadeira. Com uma administração criticada, não tem defesa por parte do PT. Os petistas pernambucanos andam em círculos enquanto o time socialista liderado por Eduardo anda em direção ao projeto nacional.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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