domingo, 18 de agosto de 2013

Painel - Vera Magalhães

De caso pensado
Ministros do STF acreditam que os arroubos verbais de Joaquim Barbosa, intensificados na retomada do julgamento do mensalão, são fruto de uma estratégia calculada. Diante da divisão do colegiado quanto à admissibilidade dos embargos infringentes, que poderiam alterar as penas de vários condenados, o presidente-relator estaria agindo deliberadamente para atrair os holofotes de volta para o Supremo e desencorajar os indecisos a acatar os recursos.

Em pedaços 1 Ministros do STF acreditam que Barbosa pode optar por publicar de forma fatiada o acórdão resultante da análise dos embargos de declaração do mensalão, à medida que forem analisados pela corte.

Em pedaços 2 Isso anteciparia o prazo para as defesas contestarem algum ponto por meio de novos recursos, os chamados segundos embargos declaratórios. Com esse método, até o fim do ano o Supremo poderia expedir os primeiros mandados de prisão de condenados.

Fim... Não é só a demora na certificação das fichas de apoio que preocupa os dirigentes pró-Rede. Eles dizem que o critério de validação das assinaturas e a falta de acesso às fichas recusadas se tornaram uma barreira ainda maior para a criação do partido de Marina Silva.

... do túnel Mantido o atual percentual de rejeição de assinaturas, a Rede só atingiria as 492 mil assinaturas necessárias se entrasse com recursos para revisão das fichas recusadas.

Salto alto De um auxiliar de Dilma Rousseff duvidando das chances de Marina vencer a presidente num eventual segundo turno: "O Brasil não é uma ONG''.

Pragmático Em conversas recentes, José Serra reconheceu que a realização de disputa interna para a escolha do candidato do PSDB à Presidência é quase impossível, uma vez que Aécio Neves tem o controle do partido.

Esperança Serra tem dito, no entanto, que o cenário interno ainda pode mudar caso ele se descole do mineiro nas próximas pesquisas. Resta saber se ele vai ficar no partido de olho na reversão do cenário até meados de 2014.

Match point Eduardo Campos (PSB) comentou com aliados que Lula o chamou para uma partida de tênis ao pedir que ele apoie a reeleição de Dilma. "Eduardo foi lá e devolveu a bola para ele do mesmo jeito que ela veio: perto da linha'', diz um partidário do pernambucano.

Time O ministro Fernando Bezerra (Integração), que vinha sofrendo pressões do PT nacional para trocar o PSB de Campos pelo partido, fez uma ode ao governador durante evento na sexta-feira.

Juntos "Sou no governo um representante de Eduardo", disse o ministro. A reaproximação entre os dois foi lida no entorno do pessebista como um sinal de que Bezerra ficará no partido.

Radar Reservadamente, auxiliares de Geraldo Alckmin (PSDB) já admitem que é grande a possibilidade de ser comprovada participação de agentes públicos nos acordos de cartel em licitações de trem e metrô em São Paulo.

No papel A Polícia Federal concluiu a análise do material recolhido nas ações de busca e apreensão da Operação Porto Seguro. Relatórios produzidos a partir de documentos e e-mails encontrados nos escritórios e residências dos investigados foram enviados à Justiça Federal.

Caixa A PF também produziu um laudo contábil, sobre as movimentações financeiras do grupo denunciado.

Tiroteio

"Alckmin foi rápido e transparente ao mandar investigar os contratos de trens e metrô. Quero ver o governo federal fazer o mesmo."

DO PRESIDENTE DO PSDB, AÉCIO NEVES (MG), apontando suspeitas de cartel em obras no metrô de Porto Alegre e Belo Horizonte, ambas da alçada federal.

Contraponto

Esse cara sou eu

Ao saber que o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) quase foi barrado na entrada de uma reunião no Supremo Tribunal Federal, a ministra Cármen Lúcia contou a integrantes da Rede
Sustentabilidade que quase foi impedida de participar da cerimônia de posse do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

A ministra chegou ao evento em um carro particular e foi impedida de entrar por um segurança.

--Mas eu sou ministra do Supremo Tribunal Federal. Eu preciso estar lá para a posse -- protestou.

--E eu sou o Roberto Carlos -- respondeu o segurança.

Com Andréia Sadi e Bruno Boghossian

Fonte: Folha de S. Paulo

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