• Governo muda estratégia e escala Exército para aumentar sensação de segurança
• São Paulo fecha acordo e terá reforço de 4.500 homens; tendência é as demais cidades da Copa aceitarem ajuda militar
Marco Antônio Martins, André Monteiro – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO, RIO - O governo Dilma Rousseff ofereceu homens do Exército para atuar nas ruas e ajudar no patrulhamento das 12 cidades-sede da Copa.
A capital paulista, onde será realizada a abertura do evento, no próximo dia 12, já aceitou a oferta. Serão 4.000 homens, que também irão atuar nas cidades do interior que vão abrigar seleções.
O Rio ainda não aceitou, mas o tema está sendo discutido pela cúpula da Segurança e a tendência é que o reforço seja confirmado.
As Forças Armadas acreditam que os outros Estados também aceitarão a ajuda. Analistas entendem que nenhum deles irá recusar e correr o risco de ser responsabilizado por algum problema que venha a acontecer.
Dilma destacou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o general José Carlos De Nardi, para percorrer as outras cidades e apresentar a proposta.
O plano é diferente da ideia inicial, em que a presença militar seria restrita à segurança de estruturas estratégicas.
Agora, os militares estarão espalhados em pontes, viadutos e vias de acesso às cidades-sede. As tropas também ficarão ao longo de rotas e ao redor de hotéis usados por autoridades e chefes de Estado, em aeroportos e outros pontos estratégicos.
Os militares, porém, não irão trabalhar diretamente no combate ao crime ou nas manifestações --sua presença nas ruas será para aumentar a sensação de segurança.
As tropas federais ficarão subordinadas aos centros de comando regionais da Copa, coordenados pelos secretários estaduais de Segurança, mas que contam com representantes da PF e Exército.
O governo usará os 21 mil militares que, inicialmente, ficariam aquartelados como equipe de contingência para atuar durante o Mundial.
Eles repetirão em escala nacional o plano das Forças Armadas desenvolvido na segurança de chefes de Estado, durante a Rio+20, em 2012.
Na ocasião, os militares foram vistos de prontidão por toda a cidade do Rio. Não serão usados tanques nas ruas.
Nesta segunda (2), o secretário da Segurança de São Paulo, Fernando Grella, reuniu-se com Cardozo e De Nardi para acertar detalhes. O acordo foi noticiado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
"Que fique claro: o Exército não vai ter atuação operacional, é simplesmente presença ostensiva para mostrar, estar presente, apoiando as atividades que continuarão sendo da PM", disse Grella.
Ele também afirmou que os militares não irão atuar em manifestações e que eventual ação "depende de pedido do governador".
O general De Nardi disse se tratar de ação preventiva, mas que, "no caso de eles serem atacados, irão se defender".
Desde março, Dilma já discutia com assessores a possibilidade de que os militares tivessem maior atuação na Copa, mas a ideia vinha desagradando a alguns setores.
A possibilidade de greves de policiais em alguns Estados e o temor de delegações estrangeiras no quesito segurança levaram a presidente a levar o plano adiante
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