- Folha de S. Paulo
Antes mesmo do Datafolha e do reinício da propaganda na TV, nesta quinta (9), uma constatação óbvia é que o tucano Aécio Neves sai na frente da petista Dilma Rousseff no segundo turno.
A campanha está só começando e tudo pode mudar, mas Aécio conquistou apoio do PSB, da futura Rede e do PPS (da coligação de Marina Silva), do PV de Eduardo Jorge e do PSC do Pastor Everaldo, enquanto deputados do PMDB ameaçam se rebelar contra o PT. Do outro lado, Dilma só colheu um terço do apoio de Luciana Genro (PSOL), que acenou com "nulo, branco ou Dilma".
Na expectativa dos tucanos, Marina vai apoiar Aécio hoje, levando o voto de Renata, João e Antônio Campos. Aécio e Dilma disputam particularmente Pernambuco, onde ela teve 44%, e ele, 6%, o seu menor percentual do primeiro turno, mas quem ganhou ali foi Marina Silva, com 48%, graças à força de Eduardo Campos.
Comparem-se também as primeiras reuniões dos dois polos. A de Dilma, na terça (7), foi a portas fechadas, em tom grave e cometeu a indelicadeza, ou o erro tático, de excluir os derrotados. Onde estavam Alexandre Padilha, Gleisi Hoffmann, Agnelo Queiroz? Onde estava Eduardo Suplicy, que dedicou a vida ao PT?
A de Aécio foi uma grande festa com os vitoriosos de São Paulo e do Paraná ao lado de vencidos do PSDB e de aliados de Minas, Bahia, Rio Grande do Sul. Não foi uma reunião de trabalho no Centro de Convenções, como a de Dilma. Foi um grande palanque no Memorial JK, que remete a um mineiro, como Aécio, e que ainda hoje é um dos presidentes mais populares do país, um símbolo de modernidade.
Para completar, houve um festival de notícias ruins para o PT nesta quarta: inflação fora da meta, metralhadora giratória na CPI da Petrobras, depoimentos de doleiro e do tal ex-diretor Paulo Roberto em Curitiba. Sem falar num avião esquisito, cheio de dinheiro e mistério. Bom para a candidata Dilma nada disso é.
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