• Encontro com ex-presidente aconteceu horas antes de Rede Sustentabilidade anunciar que ficará ao lado de tucanos no 2º turno
Isadora Peron e Ana Fernandes - O Estado de S. Paulo
Marina Silva esteve nesta quarte-feira em São Paulo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à véspera da data marcada para o anúncio de seu apoio à candidatura de Aécio Neves no 2.º turno da eleição presidencial.
O encontro ocorreu pela manhã, no apartamento do tucano, horas antes de o PSB, partido ao qual Marina está filiada, anunciar a adesão a Aécio. A expectativa é de que a ex-ministra, que ficou em terceiro na disputa, faça o mesmo nesta quinta-feira. Mas o anúncio poderá ser adiado, já que ela decidiu que não irá a Brasília participar da reunião da coligação dos partidos que a apoiou na campanha.
Na quarta-feira, porém, Marina recebeu o aval da Rede Sustentabilidade, partido que tentou criar no ano passado, para apoiar Aécio. Segundo o porta-voz da Rede, Walter Feldman, o grupo decidiu que não há como apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e que é importante que haja alternância de poder.
"A síntese do que decidimos é que a mudança significa hoje o voto em Aécio, nulo ou branco. Essas seriam as três posições que a Rede considera adequadas", disse.
Feldman reforçou que a Rede quer destacar pontos programáticos para orientarem o posicionamento dos eleitores nesta segunda fase da campanha. Citou como exemplos, além da reforma política e do desenvolvimento sustentável, a reforma agrária e a demarcação das terras indígenas.
O grupo vinha demonstrando resistência a endossar o nome do tucano, mas cedeu aos apelos da ex-ministra. Segundo Feldman, muitos integrantes da Rede se mostraram desconfortáveis com a opção de apoiar Aécio e, por isso, optou-se por indicar também a opção de anular o voto. "Nós admitimos a existência daqueles que não querem votar na polarização", disse.
A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon, que concorreu ao Senado na Bahia e é integrante da Rede, explicou que o grupo não vai assumir o programa de Aécio e que há muitos integrantes da Rede que não farão campanha a Aécio. Ela, porém, fez questão de colocar que tem um posicionamento pessoal mais "pragmático". "Se ele for a Bahia, eu subo no palanque", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário