- IstoÉ
Pressionado por adversários no segundo debate entre os candidatos à Presidência da República promovido na noite desta sexta-feira, 17, pela Rede TV!, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, hesitou ao ser confrontado em temas sensíveis à sua candidatura. Bolsonaro teve dificuldades de responder uma questão sobre a dívida pública e foi acusado pela candidata da Rede, Marina Silva, de fazer “vista grossa” à discriminação que sofrem as mulheres. O tema ética na política foi frequente no debate e o PT, sem representantes no encontro, o segundo debate entre os presidenciáveis nas eleições 2018.
Diferentemente do primeiro encontro entre os presidenciáveis, o assunto ética na política foi frequente e o PT, sem representantes no encontro, alvo de ataques.
O terceiro bloco do debate reservou um embate entre Bolsonaro e Marina, respectivamente líder e segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato e registrado no Tribunal Superior Federal (TSE) como candidato do PT.
“Você disse que a questão dos salários melhores para as mulheres é uma coisa que não precisa se preocupar porque já está na CLT”, questionou a candidata da Rede. “Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário menor que os homens e ter a mesma capacidade, a mesma competência e ser a primeira a ser demitida e a última a ser promovida e quando vai na fila de emprego, só por ser mulher, não se aceita. É uma questão que tem que se preocupar, sim, porque quando se é presidente da República tem que fazer cumprir o artigo 5º da Constituição Federal, que diz que nenhuma mulher deve ser discriminada. E não fazer vista grossa dizendo que não precisa se preocupar.”
Ao responder, Bolsonaro partiu para o ataque e acusou Marina de ser uma evangélica que defende plebiscito para a legalização do aborto e da maconha. O candidato do PSL disse ser a favor do direito das mulheres de portar arma de fogo. Na tréplica, Marina rebateu lembrando o episódio em que Bolsonaro foi fotografado em Goiânia ensinando uma criança a fazer, com as mãos, o gesto de uma pistola. “A coisa que uma mãe mais quer é educar os filhos para que eles sejam homens de bem. Você é um deputado, pai de família. E você um dia desse pegou a mãozinha de uma criança e ensinou como é que se faz para atirar. É esse o ensinamento que você quer dar ao povo brasileiro?”
No início do bloco, Bolsonaro foi questionado sobre questões relacionadas ao Orçamento da União e a parcela destinada ao pagamento da dívida pública seriam de interesse do presidente da República – o candidato costuma dizer que assuntos econômicos serão respondidos por seu eventual ministro da Fazenda, o economista Paulo Guedes. “Cabe ao presidente da República, são números absurdos, meus economistas dizem que tem solução, mas será difícil”, afirmou. Bolsonaro apontou como solução a redução do tamanho do Estado, privatizações, além de facilitar vida de quem quer abrir empresa no Brasil e diminuir encargos trabalhistas. Ele afirmou querer que “empregados e patrões sejam amigos e não inimigos”.
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