sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Gleisi diz que Wagner errou e que emenda para limitar STF é revanche da extrema direita

Guilherme Seto / Folha de S. Paulo

Deputada afirma que Supremo foi decisivo para garantir a democracia e que o partido trabalhará contra a PEC na Câmara

Presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) diz ao Painel que considera um equívoco o voto de Jaques Wagner (PT-BA) pela aprovação da PEC (proposta de Emenda à Constituição) que limita decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e que o partido vai trabalhar contra a matéria.

"Considero um erro o voto do senador Jaques Wagner, infelizmente. Vamos trabalhar para que esta PEC não seja confirmada pela Câmara dos Deputados", afirma Gleisi.

Líder do governo no Senado, Wagner disse nesta quinta-feira (23) que seu voto foi "estritamente pessoal". A proposta foi aprovada por 52 votos a 18, três a mais que os 49 necessários.

"O STF atuou decisivamente para garantir a democracia em nosso país: na investigação e combate ao discurso e à ação dos golpistas, antes e depois do 8 de janeiro. Também garantiu o respeito ao processo eleitoral, diretamente ou por meio de seus ministros no TSE", diz Gleisi.

"Durante a pandemia, foi o STF, a partir de uma decisão monocrática, que garantiu as ações de governadores e prefeitos em defesa da população, contra a política negacionista de [Jair] Bolsonaro e seus ministros. Que sentido tem então a PEC aprovada ontem no Senado, cerceando a atuação do Supremo, que não seja uma revanche política orientada pela extrema direita?", completa a presidente do PT.

Nesta quinta, Luís Roberto Barroso, presidente do STF, comentou o tema e falou em retrocesso democrático.

Para ministros da corte, o gesto de Wagner foi determinante para que o texto passasse, já que a matéria foi aprovada com apenas três votos de folga. Além do próprio voto, Wagner contribuiu para que mais alguns senadores se posicionassem a favor do texto.

Um comentário:

ADEMAR AMANCIO disse...

O que é uma pena!