Folha de S. Paulo
Ambos construíram um patrimônio financeiro
com a compra de imóveis e a ajuda de milicianos
Em seu livro "O Negócio do Jair", Juliana Dal Piva mostra como Bolsonaro usou a política —nomeação de funcionários-fantasmas, apropriação de seus salários e avanço sem freios em recursos públicos— para construir um patrimônio financeiro que lhe permitiu a compra, em dinheiro vivo, de pelo menos 151 imóveis. O esquema de corrupção, capitaneado pelo ex-presidente desde os tempos em que se elegeu vereador "contra o sistema", envolveu centenas de pessoas: os filhos, a ex-primeira-dama, ex-mulheres, parentes, amigos e os imprescindíveis milicianos. Quando Juliana publicou sua reportagem, em 2022, o escândalo das joias árabes e do esconderijo de presentes ainda não havia sido revelado.
O clã Bolsonaro é —como se diz mesmo?— um case de sucesso. Mas não o único a se destacar na política brasileira. O clã Brazão é um competidor à altura.
Segundo a Polícia Federal, Domingos Brazão, o conselheiro do TCE-RJ acusado de ser o mandante da morte de Marielle Franco, é dono de 87 imóveis na zona oeste do Rio, avaliados em R$ 25 milhões. Um apartamento de luxo na Barra da Tijuca, que pertencia a um investigado da operação Lava Jato, foi arrematado num leilão por R$ 1,6 milhão.
De acordo com a investigação da PF, Domingos e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, decidiram matar Marielle, recorrendo ao balcão de negócios da polícia, para impedir que ela prejudicasse os interesses da família em práticas de grilagem de terras na zona oeste. Pela execução da vereadora, o sicário Ronnie Lessa receberia um lucro estimado em US$ 20 milhões, com a criação de uma milícia própria em Jacarepaguá.
O Conselho de Ética da Câmara aprovou a abertura do processo para cassar Chiquinho. Com a palavra, os deputados. Um grupo deles já tentou livrá-lo da prisão, num movimento subterrâneo cujo objetivo é abrir caminho para anistiar Bolsonaro. Os clãs têm influência e meios.
Um comentário:
FAMILÍCIAS em ação: a familícia Bolsonaro, a familícia Brazão, ... A família tão difundida e defendida por Bolsonaro é a DELE MESMO, obviamente.
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