Folha de S. Paulo
Bancada da bala já dispara contra PEC de
Lewandowski
Ricardo Lewandowski disse o óbvio: o atentado contra Trump mostra as consequências negativas
de armar a população. A bancada da bala, no entanto, não está nem aí para o ministro da Justiça. Ainda comemora a exclusão de armas de
fogo do imposto do pecado, que encarece refrigerantes, mas nada cobra de
pistolas.
Uma espécie de incentivo fiscal para os bandidos que se abastecem na compra e
venda de material desviado não só de colecionadores, atiradores esportivos e
caçadores como de polícias e empresas de segurança.
Rejeitado em diversas pesquisas de opinião e,
de certa maneira, com a eleição de Lula, o discurso pró-armamentista do ex-presidente Bolsonaro ("o povo
armado jamais será escravizado") continua a dominar o Congresso, segundo
uma pesquisa do Instituto Fogo Cruzado.
O grupo já se posicionou contra o texto da
PEC que amplia a participação do governo federal no combate a facções como PCC e Comando Vermelho. O líder da bancada da bala, deputado Alberto Fraga (PL-DF), argumenta que hoje as polícias Civil e
Militar dão conta do recado perfeitamente. Ele deve morar em outro Brasil. Um
país onde o crime organizado não está em expansão.
A proposta de Lewandowski —que tem resistência dentro do governo e do PT—
apresenta dois pontos principais: aumenta as atribuições da PF, que atuaria nas
investigações contra grupos de narcotraficantes e de milicianos, como também as
da PRF, que deixaria de ser apenas rodoviária e passaria a trabalhar
ostensivamente em ferrovias e hidrovias, podendo ser requisitada pelos estados.
Lula quer se reunir com governadores para que, juntos, desenvolvam uma política
de segurança pública. Conversa difícil. A discussão corre o risco
de ser capturada pelo debate eleitoral, com todos de olho em 2026. A direita
não quer perder o argumento de que a esquerda é historicamente incapaz de
oferecer uma solução. O medo dá voto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário