quinta-feira, 6 de outubro de 2011

TSE autoriza a criação do 29º partido no país

O Partido Pátria Livre (PPL) possui como lema "libertar a nação dos interesses do capital financeiro internacional"

BRASÍLIA. Depois da criação do PSD, ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovaram na noite de terça-feira o pedido de registro do 29º partido no país: o Partido Pátria Livre (PPL), que utilizará o número 54. A decisão foi unânime e todos os ministros seguiram o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. Com a decisão, o PPL poderá participar das eleições municipais do próximo ano. Fundado em abril de 2009, o PPL foi criado por alguns dissidentes do PMDB, ex-integrantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e também por políticos do DEM e do PT.

O presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, criticou a formação de um novo partido:

- Estamos indo além do pluripartidarismo, estamos ingressando no hiperpartidarismo. É uma novidade que criamos no Brasil - afirmou.

Muitos dos membros do partido são dissidentes do PMDB, que começou a acolher militantes do MR-8 em suas bases já no início da década de 1970. A fundação do PPL, segundo seus criadores, teve inspiração na crise internacional:

- Nosso país sempre conseguiu se desenvolver quando se abriram crises internacionais. Hoje, com a profunda crise internacional do capitalismo, nós sentimos que é o momento de se abrir uma possibilidade de se desenvolver. Achamos que era necessário criar um partido que fosse mais definido nessa questão - afirmou o presidente regional do partido no Rio, Irapuan Santos, que integrou o MR-8 em 1977 e chegou a se candidatar a vereador pelo PMDB em 2008, naquela que foi sua primeira e única experiência nas urnas.

Membro do antigo MR-8 e afastado do grupo há muitos anos, Fernando Gabeira, hoje no PV, não sabia da formação do novo partido.

- Soa como algo de outra galáxia - brincou o verde.

O nome "Pátria Livre" vem da intenção do grupo de "libertar a nação dos interesses do capital financeiro internacional", que consideram ser o principal entrave para acabar com a miséria no Brasil.

- O Pátria Livre é um partido de linha nacionalista, inspirado principalmente na experiência de Getulio Vargas - explica Irapuan.

Segundo Irapuan, o PPL ainda não tem candidatos certos para as eleições municipais de 2012. No Rio, o partido não deve concorrer à prefeitura, mas sim tentar alianças com o próprio PMDB, que terá o prefeito Eduardo Paes candidato à reeleição.

Irapuan disse ter aceitado a crítica do ministro Lewandowski sobre o número excessivo de partidos, mas acredita que o fato de o PPL ter colhido 1,2 milhão de assinaturas significa que o país quer um novo partido.

FONTE: O GLOBO

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