sexta-feira, 28 de junho de 2013

Em nota, PPS, DEM e PSDB dizem que plebiscito é manobra diversionista de Dilma

Por: Luis Zanini

PPS, DEM e PSDB divulgaram nota nesta quinta-feira condenando a proposta de plebiscito apresentada pela presidente Dilma Rousseff. No documento, os partidos denunciam a estratégia do governo federal de multiplicar a polêmica com a realização de plebiscito sobre a reforma política depois da tentativa golpista e fracassada de uma constituinte exclusiva.

Para as legendas de oposição, a iniciativa do plebiscito é “mera manobra diversionista, destinada a encobrir a incapacidade do governo de responder às cobranças dos brasileiros”. Ressaltam que se Dilma desejasse tratar o assunto com seriedade já deveria ter apresentado sua proposta para o aperfeiçoamento do sistema partidário.

PPS, DEM e PSDB se posicionam também favorável à consulta popular, mas não na forma de plebiscito por entender que uma questão complexa como a reforma política que exige a realização de referendo.

Para o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), a sociedade precisa estar atenta para as manobras diversionistas lançadas pelo Palácio do Planalto. "Primeiro vieram com o golpismo da constituinte exclusiva, agora querem insisitir num plebiscito. A reforma política é uma matéria complexa e não pode ser definida por um simples plebiscito de sim ou não", afirmou o deputado.

Freire explica que a ideia da oposição é que a Câmara agilize a tramitação do projeto de iniciativa popular apresentado pela OAB, CNBB e Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral, discuta junto com outras propostas em tramitação no Congresso, faça os devidos ajustes, e aprove a reforma política. "Depois disso, faríamos um referendo", explicou.

Abaixo a íntegra do documento.

“Nota das oposições

Os partidos de oposição ao governo federal – Democratas, PPS e PSDB – estão firmemente empenhados em buscar soluções e respostas para os problemas e anseios que os brasileiros têm manifestado nas ruas, de forma democrática e pacífica.

Por esta razão, ofereceram ao amplo debate uma agenda propositiva, que há tempos defende, com medidas práticas e factíveis de curtíssimo prazo, nos campos do imprescindível combate à corrupção, ampliação da transparência na área pública e fortalecimento das políticas nacionais de saúde, segurança, educação, infraestrutura e combate à inflação.

Os partidos de oposição denunciam e condenam a estratégia do governo federal de, ao ver derrotada a tentativa golpista de uma constituinte restrita, buscar, agora, multiplicar a polêmica em torno da realização de plebiscito sobre a reforma política. Se tivesse, de fato, desejado tratar com seriedade esta importante matéria, a presidente já teria, nesses dois anos e meio, manifestado à nação a sua proposta para o aperfeiçoamento do sistema partidário, eleitoral e político brasileiro.

Somos favoráveis à consulta popular. Mas não sob a forma plebiscitária do sim ou não. Legislação complexa, como a da reforma política, exige maior discernimento, o que só um referendo pode propiciar.

A iniciativa do plebiscito, tal como colocada hoje, é mera manobra diversionista, destinada a encobrir a incapacidade do governo de responder às cobranças dos brasileiros, criando subterfúgio para deslocar a discussão dos problemas reais do país. Tudo isso se dá enquanto se agrava o cenário econômico, com recrudescimento da inflação, pífio crescimento e acelerada perda de credibilidade do governo aos olhos dos brasileiros e do mundo.

As oposições registram que continuarão debatendo, como sempre fizeram, as questões que interessam aos brasileiros. Jamais faremos oposição ao País.

Brasília, 27 de junho de 2013.

Aécio Neves – Presidente nacional do PSDB
José Agripino – Presidente nacional do Democratas
Roberto Freire – Presidente nacional do PPS
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Fonte: Portal do PPS

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