Marcelo Portela
O PSDB mineiro acusa o governo federal de mentir em propaganda de obras públicas em jornais e emissoras de rádio e TV do Estado. A sigla pretende denunciar a presidente Dilma Rousseff por improbidade administrativa.
O presidente do diretório tucano em Minas, deputado federal Marcus Pestana, diz que as propagandas têm "objetivo claramente político-eleitoral". Segundo ele, peças publicitárias mentem ao dizer que obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de mobilidade em Belo Horizonte são investimento do governo federal. "Empréstimo não é investimento", diz o tucano. O parlamentar ressaltou que as obras são "fruto de investimentos da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e do Governo de Minas, e empréstimos tomados nos bancos federais".
"São operações de crédito, endividamento. Vai ter de pagar com juros e correção lá na frente. Não são investimentos do governo federal. E o governo federal fala que está realizando", disparou. O deputado disse ainda que o PSDB já solicitou informações sobre os recursos aplicados na veiculação da propaganda e que vai pedir ao MPF apuração sobre o uso da cadeia nacional de rádio e TV, que já teria sido convocada 15 vezes na gestão da petista.
"Ela (Dilma) bateu o recorde do Lula, e olha que ele gosta de falar. (Mas) não teve nenhum anúncio. É uso indevido da máquina", disse Pestana. Para o deputado, a "manipulação da informação" na propaganda oficial tem "claro foco" nas eleições do ano que vem.
Guerra
O PSDB mineiro já trava uma batalha judicial contra o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco/MG) por causa de uma campanha publicitária criada pela entidade. Com o título de "chega de enganação", as peças da campanha criticam principalmente a política tributária adotada pelo governo mineiro, comandado por duas gestões por Aécio Neves, possível candidato do PSDB à Presidência, e atualmente chefiado por seu apadrinhado, o também tucano Antonio Anastasia.
Após o início da veiculação das peças, com críticas, por exemplo, às alíquotas de até 30% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IMCS) cobradas pelo governo mineiro sobre a energia elétrica e sobre benefícios fiscais concedidos a determinados setores, o diretório estadual do partido recorreu à Justiça Eleitoral para tirar a campanha do ar. A alegação é de que os anúncios fazem "propaganda eleitoral negativa antecipada, objetivando influir na opinião dos eleitores, sendo evidente o propósito de denegrir a imagem do representante (PSDB) e de seus principais lideres: senador Aécio Neves e governador Antonio Anastasia".
Fonte: O Estado de S. Paulo
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