Marcia Quinstlr não concordou com decisão de parar divulgação de pesquisa de desemprego
Clarice Spitz – O Globo
RIO - A diretora de pesquisa do IBGE Marcia Quintslr pediu para sair após o instituto de pesquisa informar nesta quinta-feira que a Pnad Contínua será interrompida até janeiro. Segundo a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, essa diretora não concordou com a decisão do colegiado de parar com a pesquisa em virtude da exigência da legislação do Fundo de Participação dos Estados (FPE) de reformular a metodologia e o requerimento de senadores de equalizar margens de erro entre os 27 unidades da federação.
— Ela ficou dividida e achou o remédio duro demais. O colegiado se reuniu diversas vezes e decidiu que não correríamos o risco de errar com as pesquisas e também perder a credibilidade da pesquisa. Não são decisões que se tomem facilmente — afirmou Wasmália.
Segundo o IBGE, há carência de pessoal para cuidar das mudanças. A Associação dos Servidores do instituto criticou a suspensão da pesquisa na sua página na internet:
“Trata-se de um desrespeito aos trabalhadores do IBGE, na medida em que as decisões anunciadas pela Direção representam o remodelamento de uma pesquisa que está em andamento, sem qualquer consulta aos que planejam e executam.”
A presidente do IBGE disse que o instituto convive com uma carga pesada de pesquisas e com quadros reduzidos, com muitas aposentadorias. Ela lembra que a equipe da Pnad Contínua conta hoje com apenas sete pessoas na coordenação da pesquisa.
— Era uma questão. Tinha gente que achava que o remédio era duro demais. O mundo não é feito de melhores e de piores escolhas, às vezes é de menos piores escolhas.
Ao ser indagada se há ingerência política no adiamento da pesquisa, a presidente do IBGE afirmou:
— O IBGE de ontem é o mesmo que o de hoje. Ontem (quarta-feira) divulgamos que a inflação foi a maior em 11 anos. A falta de cumprimento da lei da FPE tem consequências graves. O cumprimento dessa lei da FPE é fundamental e temos que lidar com a lei com o devido rigor.
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