Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Lula e ex-diretor da Caixa no governo Dilma, vai disputar o Senado na chapa do ex-governador Paulo Souto (DEM)
Luciana Nunes Leal e Tiago Décimo - O Estado de S. Paulo
RIO e SALVADOR - A eleição na Bahia terá o PMDB, principal partido da base do governo Dilma Rousseff, aliado à oposição ao PT, em coligação com o DEM e o PSDB do senador tucano Aécio Neves (MG). O ex-deputado e presidente do PMDB-BA, Geddel Vieira Lima, anunciou nesta quinta-feira, 10, em seu perfil no Twitter que será candidato ao Senado, na chapa do ex-governador Paulo Souto (DEM), que disputará o governo. O ex-deputado tucano Joacy Góes, relator do Código de Defesa do Consumidor, será candidato a vice.
"Depois de muita reflexão resolvi disputar pela Bahia uma cadeira no Senado da República", disse Geddel. "Disputei a prerrogativa de disputar o governo, não importa como, perdi, tenho que olhar para frente, a vida não pode ser construída com lamento e amargor", afirmou o peemedebista. Minutos antes, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), anunciou a chapa da oposição, com Geddel candidato ao Senado. "A união das oposições foi mantida e vamos disputar as eleições mais fortes do que nunca", escreveu ACM Neto.
A composição da chapa única da oposição ao governo do petista Jaques Wagner na Bahia foi consolidada após cinco meses de negociação. A principal dificuldade estava na definição de quem seria o candidato ao governo. Enquanto o DEM, hoje liderado no Estado pelo prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, preferia a indicação de Paulo Souto, o PMDB, que faz oposição ao PT na Bahia, tentava emplacar a candidatura de Geddel.
O anúncio oficial da chapa oposicionista será feito em um evento na próxima segunda-feira. "É uma chapa para vencer a eleição", disse Geddel, que foi ministro da Integração Nacional no governo Lula e vice-presidente da Caixa até o final do ano passado. Tanto Geddel quanto Góes militaram contra o chamado "carlismo" na Bahia - grupo político liderado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (morto em 2007), do qual Souto participou, que comandou a política no Estado por três décadas.
Geddel preside o PMDB na Bahia e faz oposição ao governo Wagner desde a metade do primeiro mandato do petista. Agora, a despeito do apoio nacional de seu partido à candidatura à reeleição de Dilma Rousseff, vai integrar o grupo que apoia a candidatura de Aécio Neves (PSDB) à presidência na Bahia."Os diretórios estaduais têm autonomia para definir suas posições", diz o líder peemedebista.
Composição. ACM Neto comemorou a conclusão das negociações que levaram Souto à quinta disputa de eleição ao governo baiano - venceu em 1994 e 2002 e perdeu em 2006 e 2010. "A união das oposições foi mantida e vamos disputar as eleições mais fortes do que nunca", escreveu em sua página no Twitter, ao anunciar a chapa majoritária para as eleições.
Pouco depois, o prefeito de Salvador, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que o momento agora é de tentar atrair mais partidos para o bloco. "Existem muitos partidos que podem participar desta grande aliança, alguns já estão conversados e sinalizam o desejo de caminhar com Paulo Souto no governo e Geddel no Senado", afirmou. "Agora, nosso esforço será no sentido de costurar a mais ampla aliança possível, com o objetivo de fortalecer ainda mais a chapa."
Dois dos principais alvos do grupo, o PPS e o PV, também negociam com o PSB, que terá a candidatura da ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata e, para o Senado, a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon.
Governo. Do lado governista, a chapa está definida desde o fim de março. Concorre ao governo o ex-secretário da Casa Civil de Wagner, Rui Costa (PT), tendo como candidatos a vice o deputado João Leão (PP) e ao Senado o ex-vice-governador Otto Alencar (PSD) - Leão e Alencar integravam o grupo carlista até o início dos anos 2000. Para o governador, que já enfrentou Souto em três eleições - perdeu a de 2002 e venceu as duas últimas -, a definição da chapa da oposição "não traz surpresas".
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