• Presidente da Casa demonstra 'alívio' com votação que o impede, entretanto, de assumir a Presidência da República
Erich Decat - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O senador Renan Calheiros comemorou em nota decisão do Supremo Tribunal Federal de mantê-lo na presidência da Casa. "É com humildade que o Senado Federal recebe e aplaude a patriótica decisão do Supremo Tribunal Federal", diz o texto de Renan. "A confiança na Justiça Brasileira e na separação dos poderes continua inabalada".
"Ultrapassamos, todos nós, Legislativo, Executivo e Judiciário, outra etapa da democracia com equilíbrio, responsabilidade e determinação para conquista de melhores dias para sociedade brasileira", continua a nota. Para o senador, "o que passou não volta mais".
Reunido com integrantes de vários partidos no gabinete da presidência do Senado na tarde desta quarta-feira, 7, Renan demonstrou “alívio” e um semblante “confiante”. Logo após decretado o fim do julgamento, o peemedebista foi cumprimentado por vários senadores que acompanharam com ele, pela televisão, a sessão plenária do STF.
Em meio aos cumprimentos, Renan afirmou que desmarcaria a sessão desta quarta prevista para iniciar às 18h e iria remarcar para esta quinta, às 10h. “Vamos deixar a poeira baixar”, disse Renan aos presentes, segundo relatos.
Seguindo a linha para apaziguar o clima de confronto estabelecido com o Supremo , o senador só deve se pronunciar pessoalmente sobre o resultado na abertura da sessão de quinta.
Segundo relatos dos senadores que acompanharam a sessão do STF com Renan, o voto do ministro Luiz Fux foi considerado como o mais “didático” e “acertado”. "Não estamos agindo com temor nem com receio, estamos agindo com a responsabilidade política que nos impõe", diz Fux ao votar contra o afastamento de Renan.
Para Fux, já há uma agenda no Parlamento sobre a qual o Judiciário não pode ter nenhuma interferência, e por isso o afastamento de Renan significaria um risco.
Por seis votos a três, o Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quarta-feira pela permanência de Renan na presidência do Senado, mas pela sua impossibilidade de assumir interinamente a Presidência da República. Renan é o segundo na linha sucessória de Temer, atrás do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas é réu por peculato no Supremo.
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