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Se não for por bem será por mal
Uma vez que o presidente Jair Bolsonaro o mantém à distância e o trata como se fosse um mero carimbador de suas vontades, o Congresso decidiu reagir. Não quer por bem compartilhar o poder? Será obrigado por mal a fazê-lo, e aguente as consequências.
Com ou sem ideias para tanto, Bolsonaro governará, mas sob rédea curta. A reforma da Previdência será aprovada não porque ele quer, mas porque o Congresso concorda que fora dela não há salvação. O governo tem pressa para votá-la? O Congresso menos.
O governo tem pressa para aprovar o pacote de leis anticrime do ministro Sérgio Moro, da Justiça e da Segurança Pública? Nesse caso, a pressa do Congresso é nenhuma. O que sair dali no final lembrará pouco o que foi recebido.
Foi posto para esfriar o projeto que facilita a compra e o porte de armas. Ele será modificado. Igual destino terá a proposta do novo e permissivo Código de Trânsito. Como afrouxar regras no quarto país do mundo onde o trânsito mata mais?
Quanto mais liberdade tiver para editar Medidas Provisórias (MPs), melhor para o governo. Pois o Congresso adotou um novo rito para a tramitação das MPs na contramão do que queria o governo. Adeus aos penduricalhos estranhos que antes elas podiam carregar.
Orçamento da União de mentirinha? Aquele que o Congresso aprovava e o governo fingia cumprir? Não. Pelo menos emendas ao Orçamento apresentadas por bancadas estaduais terão que ser respeitadas. É o tal do Orçamento da União Impositivo.
O governo pediu ao Congresso a aprovação de um crédito suplementar no valor de R$ 248 bilhões. Só assim não lhe faltará dinheiro para pagar suas contas. Será atendido, mas devagar. E não no valor que pediu. Vida que segue.
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