A
ministra da Agricultura tenta dar algum verniz de credibilidade às barbaridades
ditas por seu colega do Meio Ambiente
Discreta
e cordial no trato, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tenta dar algum
verniz de credibilidade às mesmas barbaridades ditas por seu colega do Meio
Ambiente, o desclassificado Ricardo Salles. Ambos
são sócios na novilíngua bolsonarista que criou um tal de “boi bombeiro”.
Isso
é conversa para boi dormir. Em português cristalino, é mentira que o fogo no
Pantanal se deva à falta de boi para comer o mato seco. O rebanho na região
aumentou nos últimos 20 anos. A verdade é que o governo não tomou medidas de
prevenção adequadas, não deu importância aos alertas da ciência sobre secas mais
intensas e a polícia investiga a origem das queimadas em grandes fazendas. É
preciso dar nome aos bois.
Quando
deputada e presidente da frente parlamentar da agropecuária —conhecida como
bancada do boi—, a ministra se notabilizou pela pauta anti-indígena, no que faz
jus ao DNA familiar. Conforme reportagem do site “De olho nos ruralistas”, a
história de seus antepassados se confunde com o poder em Mato Grosso desde o
fim do século 19 (o estado foi dividido em dois em 1977 e ela fez carreira
política em Mato Grosso do Sul).
O
avô da ministra, Fernando Correa da Costa, quando governador, fez o que pôde
para evitar a
demarcação do Parque Indígena do Xingu, proposto pelos irmãos Villas Boas.
No
governo, a ministra tem executado a pauta do setor mais atrasado do
agronegócio. Ela chama agrotóxicos —liberados em quantidade recorde sob
Bolsonaro— de “remédio de planta”. Recentemente, investiu
contra o Guia Alimentar para a população brasileira, válido desde 2014, que
desencoraja o consumo de produtos ultraprocessados.
O documento foi elaborado pelo Ministério da Saúde com base em estudos científicos que a ministra tenta desqualificar. Como diz o ditado popular, boi sonso é que derruba a cerca. E onde passa boi, passa “boiada”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário