O Estado de S. Paulo.
Um novo instituto, o IMDS, discute
políticas públicas eficazes para fugir do populismo
Estamos às portas de 2022, ano de eleições
presidenciais. Agendas pululam e, torçamos, propostas serão colocadas à prova.
Pesquisas mostram que será a economia o tema que deverá concentrar as atenções.
Inflação e desemprego machucam, e o anseio é o de saber quem poderá – e como –
aliviar os impactos sobre o bolso do cidadão brasileiro. Esses são os problemas
reais, e enfrenta-los de forma certeira e rápida é o que se espera de quem vier
a nos governar a partir de 2023.
Não é para menos. A inflação em 12 meses superou os 10%, a maior desde janeiro de 2016. O desemprego, que se mantinha na casa dos 14%, continua resiliente. Ainda são 13,5 milhões de brasileiros sem emprego. Sem contar a informalidade, o subemprego e um desequilíbrio que se confunde com baixa qualificação. Assim convivem, paradoxalmente, desemprego e falta de oferta de mão de obra na medida em que o mercado de trabalho avança buscando novas competências. Responsabilidade fiscal e crescimento vão na direção da solução. Uma torna mais efetivo (e menos custoso) o solitário trabalho da política monetária. O outro garante a abertura de novos postos de trabalho.
Mas há um importante capítulo que se abre
na agenda de propostas para um País que sofre com o aumento da pobreza e a
crescente desigualdade social. Subjacentes ao problema da pobreza e da miséria,
cada vez mais visíveis, são a geração de oportunidades e a maior mobilidade
social os dois temas primordiais. Paralelamente aos programas de transferência
de renda, há muito a fazer – e de forma estrutural.
Nesse campo, temos de começar por entender
onde estamos e por buscar evidências que nos permitam atuar em políticas
públicas eficazes que fujam do populismo e abusem de evidências. E nesse campo
há gente muito competente trabalhando. É o caso do Instituto Mobilidade e
Desenvolvimento Social – IMDS, cuja sede foi inaugurada no Rio de Janeiro na
sexta-feira. Na apresentação do instituto, Armínio Fraga e Paulo Tafner, seus
fundadores, com Sérgio Guimaraes e uma competente equipe de pesquisadores,
mostraram que ampliar a mobilidade e o desenvolvimento social são parte
fundamental de qualquer agenda que vise a repensar o Brasil. Temas como
escolaridade de pais e filhos, condições de acesso a tecnologia e moradia, além
de avaliações de impacto de investimento em educação são analisados a partir de
um conjunto de dados e estudos que buscam dar foco e trazer o devido rigor ao
que de fato importa, que é criar as bases para um Brasil melhor para todos.
*Economista e sócia da Consultoria Oliver Wyman.
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