quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Hélio Schwartsman - Problema paquidérmico

Folha de S. Paulo

Diante das ameaças à democracia tema não será fator eleitoral decisivo

O PT fez coisas boas, mas também cometeu graves erros ao longo de seus 13 anos de administração federal. E, se o passado oferece a Lula alguns trunfos para exibir na propaganda eleitoral, também coloca dois elefantes na sala, que são a recessão de 2015-16, no governo Dilma, em larga medida autoinfligida, e os escândalos de corrupção sob a gestão do próprio ex-presidente. Minha sensação é que Lula ainda hesita em como lidar com o paquidérmico problema.

Na sabatina no Jornal Nacional, o ex-presidente, se não ensaiou uma autocrítica, ao menos admitiu que houve erros; no debate do domingo, optou por desconversar. Penso que ele se saiu melhor na sabatina que no debate. Fugir do assunto diante de perguntas diretas passa uma péssima impressão. Temos, porém, de convir que a matéria é difícil. Se, no caso da recessão, Lula ainda pode empurrar o abacaxi para Dilma, com a corrupção é mais complicado, já que os questionamentos envolvem a pessoa física do ex-presidente.

Não acredito, porém, que a corrupção será um fator eleitoral decisivo este ano. Embora o assunto não possa nem deva ser ignorado, ele de fato não parece ser prioritário quando o país enfrenta ameaça de ruptura democrática e experimentou retrocessos em praticamente todas as áreas, tendo até de voltar a lidar com o problema da fome. Se os adversários de Lula insistirem no tema, até poderão afastar parte dos eleitores menos decididos da chapa petista, mas nada que vire o jogo.

Existe, contudo, uma razão pragmática para Lula definir-se pela abordagem menos diversionista. O que ele disser e fizer nesta reta final de campanha eleitoral terá impactos concretos num eventual futuro governo. Se ele indicar de forma convincente que não repetirá os erros das gestões petistas anteriores, vai deixar de adicionar juros e dólar mais altos a um formidável conjunto de dificuldades econômicas, domésticas e externas, que deverá marcar 2023.

 

4 comentários:

Anônimo disse...

Uma raposa sempre vai comer as galinhas se tiver oportunidade, principalmente se ela tiver tomando conta do galinheiro. O Lula não roubar com a sua quadrilha é impossível!
Todos;
empreiteiros da Lava jato , bancos, Juízes, jornalistas e a imprensa Velha em geral e artistas estão sofrendo a síndrome de abstinência do dinheiro público fácil, e não vem a hora de voltar a ter acesso aos cofres públicos
Todas as estatais já estão loteadas, Lula prometeu para cada aliado um ministério e uma estatal, tudo como dantes, pensar o contrário ultrapassa a ingenuidade , depois de tudo o que vimos Lula e o PT fazerem
O povo está vendo tudo e vai reeleger o presidente
anota aí

Anônimo disse...

Tudo que o povo do Bolsonaro falar não vai adiantar. O povo quer mesmo é dar sumiço no estrupício. Ele não
tem nem ideia como o povo o odeia.

Anônimo disse...

Lula ladrão seu lugar é na prisão, assim fala o povo aonde Lula aparece em público
pode Jair se acostumando, presidente reeleito

Anônimo disse...

Sem falar que apoia aborto, droga, ideologia de gênero , defende bandido que rouba celular
O cidadão de bem não vai votar nesse Ladrão